ATA DA VIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
14.04.1999.
Aos quatorze dias do mês de abril do ano de mil
novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi efetuada a
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Alberto Garcia,
Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Elói Guimarães, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João
Dib, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Maffei, Paulo Brum, Renato Guimarães
e Sônia Santos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, João Motta, João
Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol, Tereza Franco e Gilberto Batista. Constatada a existência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Décima Nona e da
Vigésima Sessões Ordinárias, que deixaram de ser votadas face à inexistência de
"quorum" deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adeli
Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 31/99 (Processo nº 1192/99) e 01
Emenda ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 05/98 (Processo nº
1448/98); pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, 03 Pedidos de Providências; pela
Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 29/99 (Processo
nº 1160/99); pelo Vereador João Carlos Nedel, 02 Pedidos de Providências; pelo
Vereador Luiz Braz, 01 Pedido de Providências e o Pedido de Informações nº
49/99 (Processo nº 1178/99); pelo Vereador Paulo Brum, 02 Pedidos de
Providências. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nº 02/99, do Vereador Albano
Voltz, Presidente da Câmara Municipal de Nova Petrópolis/RS; 471/99, do Senhor
Gilberto Chiapinotto, Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 15/99, discutido pelo Vereador Cláudio Sebenelo; em 2ª Sessão, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 17/99, discutido pelos Vereadores Elói
Guimarães, João Dib, Adeli Sell e José Valdir; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 02/96, discutido pelos Vereadores João Dib e
José Valdir; o Projeto de Lei do Legislativo nº 23/99, discutido pelo Vereador
João Dib. Na ocasião, o Vereador Cláudio Sebenelo formulou Questão de Ordem
acerca da necessidade de o Orador da Tribuna ater-se ao assunto em debate. A
seguir, nos termos da letra "f", § 1º do artigo 94 do Regimento, o
Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL à Vereadora Sonia Saraí, que
discorreu sobre denúncias veiculadas na imprensa, de irregularidades no
auxílio-creche concedido por este Legislativo, solicitando da direção da Casa a
ampla investigação e esclarecimento do assunto. Na oportunidade, o Vereador
Fernando Záchia formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando que a questão abordada pela Vereadora Sonia Saraí seja encaminhada
para análise pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, tendo o
Vereador Eliseu Sabino solicitado o acompanhamento da questão pela Comissão de
Educação, Cultura e Esportes. Também, o Senhor Presidente prestou informações
quanto ao encaminhamento dado pela Casa às denúncias de irregularidades na
concessão de auxílio-creche a funcionários deste Legislativo. Ainda, registrou
solicitação do Vereador Juarez Pinheiro, de levantamento dos auxílios-creche
concedidos pela Casa nos últimos doze meses, e os Vereadores Luiz Braz, Renato
Guimarães, Juarez Pinheiro e Décio Schauren formularam Questões de Ordem e
manifestaram-se acerca do assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib
reportou-se ao pronunciamento da Vereadora Sonia Saraí, acerca de denúncias de
irregularidades na concessão de auxílio-creche pela Casa. Também, questionou os
motivos do corte, pelo Executivo Municipal, de árvores localizadas nas Ruas Dom
Pedro II e Hoffmann. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença da
Vereadora Marlene Mello, da Câmara Municipal de Formigueiro/RS. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn procedeu à leitura de trecho do discurso
proferido neste Legislativo dia trinta e um de janeiro de mil novecentos e
setenta e sete, pelo então Vereador Glênio Peres, registrando que tal
pronunciamento não se encontra inserido nos Anais da Casa e declarando que
encaminhará Requerimento para que seja efetuada essa inserção. Na oportunidade,
o Vereador Isaac Ainhorn entregou à Mesa Requerimento de sua autoria, o qual
foi deferido pelo Senhor Presidente, solicitando seja incluído nos Anais da
Sessão do dia trinta e um de janeiro de mil novecentos e setenta e sete, o
discurso proferido pelo então líder da Bancada do MDB, Vereador Glênio Peres.
Na oportunidade, o Vereador João Dib formulou Requerimento verbal, solicitando
informações sobre a composição da Mesa da Câmara quando do discurso do Vereador
Glênio Peres, acima referido. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Lauro
Hagemann registrou seu posicionamento favorável à criação, pela Assembléia
Legislativa do Estado, de uma Secretaria Estadual de Habitação, destacando que
a questão habitacional é um dos problemas fundamentais da comunidade e atentando
para a possibilidade de concretização de um trabalho positivo e conjunto entre
essa Secretaria e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. A Vereadora Sônia
Santos, tecendo críticas à atuação do Governador Olívio Dutra, disse que as
conseqüência das medidas do Governo Estadual quanto aos valores dos pedágios
das rodovias gaúchas e quanto aos incentivos fiscais das montadoras da Ford e
da General Motors acabarão sendo pagas pela população, lembrando problemas
resultantes para Porto Alegre quando da encampação do sistema de transporte
coletivo da Cidade. O Vereador Carlos Alberto Garcia teceu considerações acerca
da redução de tarifas de pedágio nas rodovias gaúchas, efetuada pelo Governo
Estadual, defendendo tal medida e declarando basear-se ela em auditorias da
Contadoria e da Auditoria-Geral do Estado. Também, defendeu atuação do Senhor
Beto Albuquerque à frente da Secretaria Estadual dos Transportes. O Vereador
Gilberto Batista apoiou o encaminhamento dado pela Casa às denúncias de
irregularidades na concessão de auxílio-creche por este Legislativo. Comentou
informações veiculadas pelo Programa "Cidade Viva", quanto às obras
realizadas pelo Executivo Municipal no Arroio Sarandi, solicitando novas medidas
para a solução dos problemas ainda existentes nesse arroio. O Vereador Cláudio
Sebenelo criticou sobre o trabalho realizado pela Administração Municipal na
área da saúde pública em Porto Alegre, solicitando uma maior divulgação quanto
ao destino dos recursos oriundos do Sistema Único de Saúde e requerendo a
realização, nos termos da Lei nº 8689, de audiência pública para debate dessa
questão. Na oportunidade, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal,
solicitando, em nome do Secretário Municipal da Saúde, que seja marcada a audiência
pública acima referida, tendo o Vereador Cláudio Sebenelo manifestado-se a
respeito e tendo o Vereador Guilherme Barbosa requerido a definição da data
para esta audiência. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Fernando Záchia
comentou a situação enfrentada pelos moradores e comerciantes da Avenida Assis
Brasil, em face da realização de obras nessa Avenida, reportando-se a declarações
efetuadas pelo Secretário Estilac Martins Xavier, de que o atraso nessas obras
deve-se a alterações efetuadas no projeto original, destacando os prejuízos
atualmente sofridos pelo comércio daquela região. O Vereador Guilherme Barbosa
referiu-se ao pronunciamento do Vereador Fernando Záchia, acerca das obras
viárias da Avenida Assis Brasil, declarando que a liberação dessa Avenida vem
sendo paulatinamente realizada. Também, registrou a criação, pela Assembléia
Legislativa, de uma Secretaria Estadual de Habitação e apoiou a atuação do
Governador Olívio Dutra à frente do Executivo Estadual. A seguir, constatada a
existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado
Requerimento verbal do Vereador João Dib, solicitando alteração na ordem de
votação da matéria a ser apreciada. Foi aprovado Requerimento do Vereador João
Carlos Nedel, solicitando renovação da votação do Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 17/98 (Processo nº 3099/99), após ser encaminhado à votação
pelos Vereadores Guilherme Barbosa, Reginaldo Pujol e Isaac Ainhorn. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Resolução nº
04/99, por trinta votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Carlos Alberto Garcia e Reginaldo Pujol, tendo votado os Vereadores Adeli Sell,
Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, João Dib, João Motta, José
Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro
Hagemann, Luiz Braz, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol,
Renato Guimarães, Sônia Santos, Sonia Saraí, Tereza Franco e Gilberto Batista.
Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
01/98. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 59/98, por quatorze votos SIM, dois votos NÃO e dez ABSTENÇÕES,
após ser discutido pelos Vereadores Décio Schauren, Reginaldo Pujol, Cyro
Martini, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, João Dib, Isaac Ainhorn e José
Valdir e encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Guilherme Barbosa e
João Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo
votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e
Gilberto Batista, Não os Vereadores Adeli Sell e Juarez Pinheiro, tendo optado
pela Abstenção os Vereadores Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Motta, José Valdir, Maristela Maffei,
Renato Guimarães e Sonia Saraí e tendo apresentado Declaração de Voto o
Vereador José Valdir. Durante a apreciação deste, o Vereador Antonio Hohlfeldt
cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Reginaldo Pujol. Em Discussão Geral e
Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 111, 127, 144,
145, 162, 167 e 170/98. Após, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da
presente Sessão, nos termos regimentais. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado
o Projeto de Resolução nº 03/99, por vinte e três votos SIM, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Nereu D’Ávila, tendo votado os Vereadores Adeli Sell,
Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu
Sabino, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz,
Maristela Maffei, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Renato
Guimarães, Sônia Santos e Sonia Saraí. Em Discussão Geral e Votação, foram
aprovados os Projetos de Resolução nºs 48 e 51/98 e 01 e 02/99. Às dezoito
horas e dez minutos, constatada a inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Nereu D’Ávila, Juarez Pinheiro, Paulo Brum e Adeli
Sell e secretariados pelos Vereadores Adeli Sell e Isaac Ainhorn. Do que eu,
Adeli Sell, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à
PAUTA
1ª SESSÃO
PROC.
0813/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/99, de autoria do Ver. Hélio Corbellini,
que dispõe sobre a comercialização, circulação e manutenção dos cães das raças
pit bull e rotweiller e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC.
0842/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 017/99, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja,
que autoriza o Poder Executivo Municipal a isentar os trabalhadores urbanos e
rurais desempregados do pagamento das parcelas do Imposto Predial e Territorial
Urbano.
3ª SESSÃO
PROC.
0530/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/96, de autoria do Ver. José Valdir, que
institui regras para aprovação e licenciamento de galpões crioulos.
PROC.
0998/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 023/99, de
autoria do Ver. Antônio Losada, que denomina Rua Vilmar Ribeiro Wogt um logradouro
irregular localizado no Bairro Mário Quintana.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho a
esta tribuna para discutir o Projeto de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que
autoriza o Poder Executivo Municipal a isentar os trabalhadores urbanos e
rurais desempregados do pagamento das parcelas do Imposto Territorial e Urbano.
Tenho imensa dificuldade com o referido Projeto, por duas razões de ordem legal.
Em primeiro lugar, trata-se de um Projeto autorizativo, e isso, na minha
concepção, e venho discutindo há muito, não existe essa figura
jurídico-legislativa. A lei carrega um princípio fundamental, é da sua
essência, que é a sua coercibilidade, ou seja, uma vez aprovada, tem que ser
cumprida, sob pena daquele que não o fizer, responder pelas conseqüências
advindas da falta do seu cumprimento. A primeira questão - Projeto autorizativo
- deveríamos utilizar, tenho preconizado, o Pedido de Providências. E lembro
de, em outra oportunidade, fazer no Pedido de Providências um modelo de Projeto
de Lei para que o Executivo adotasse.
A
segunda questão é da isenção. A isenção não é privativa, é exclusiva do Poder
Executivo. São essas as duas razões de ordem legal que impedem a viabilidade
técnica, jurídica do Projeto.
Aí
vem uma questão de política, creio que mesmo que pudéssemos produzir matéria
dessa natureza, até não deveríamos fazer, não poderíamos, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, tratar os problemas como regra, como princípio de boa política pela
conseqüência. Temos que tratar as questões, no meu entender, como políticas
públicas, tratar nas suas causas. Vejam bem, pretende o Projeto isentar os
desempregados. Temos é que abrir um debate para procurar empregos, através de
investimentos no Município de Porto Alegre, através de alterações na política
econômica do Governo Federal, que, no meu entender, são políticas equivocadas,
políticas de concentração de capital. Eu até nesse terreno tenho uma pequena
contribuição, não sei se lembram, quando discutíamos a metodologia de cálculo
para a tarifa do sistema de transporte de Porto Alegre, pois numa Emenda de
nossa autoria - minha e do Ver. José Valdir - estabelecemos a permanência dos
cobradores nos ônibus. Porque hoje existem tecnologias capazes até de
estabelecer as catracas eletrônicas, que são processos tecnológicos altamente
avançados. Mas, no nosso entender, mesmo que do ponto de vista técnico, até
certo ponto se pudesse ter um ganho, precisávamos, naquela oportunidade, e
precisamos manter o cobrador, que tem funções, digamos assim, de co-pilotagem, de auxiliar o motorista,
precisamos manter, sim, os cobradores nos ônibus, porque significa tirar do
mercado de trabalho, seguramente, cinco mil pessoas. Seriam cinco mil famílias
que, uma vez adotada a catraca eletrônica, seriam tiradas do ônibus. Então me
parece que esse é um fator concreto na defesa do emprego. Então, nós temos que
adotar um conjunto de medidas, mas atacando na causa. Por exemplo, nós
precisamos investimentos na Cidade de Porto Alegre, nós precisamos expandir os
mecanismos de absorção de mão-de-obra para chegarmos nesta verdadeira chaga que
é o desemprego. Porto Alegre, de resto o Brasil, o Estado estão atingindo um
nível, segundo informações, de insurreição, eu diria assim, de comoção
intestinal, o desemprego está atingindo entre 18, l9, e 20%. É uma coisa
extremamente grave para o nosso País. Então nós temos que trabalhar, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, nessa linha. Não me parece através do mecanismo
adotado pelo Projeto do Ver. Jocelin Azambuja. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a fúria
legiferante que domina os Parlamentos é a causa, sem dúvida nenhuma, do
não-cumprimento das boas leis. Na Pauta, no dia de hoje, o Projeto de Lei do
Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza o Poder Executivo Municipal a isentar
trabalhadores urbanos e rurais desempregados do pagamento de parcelas do
Imposto Predial e Territorial Urbano. Todos sabemos, desde o primeiro dia em
que assumimos a condição de representantes do povo de Porto Alegre, que esse
tipo de lei não prospera. Esse tipo de lei faz com que haja atritos,
desentendimentos, e nós ficaríamos muito bem se não fosse proposto. Nós todos
sabemos que no caso das pessoas que pagam IPTU em valor pequeno, em geral, a
taxa de lixo é maior que o IPTU. A pressa de fazer leis faz com que se proponha
a isenção de IPTU e não a isenção da taxa de lixo. Se fosse para fazer uma lei,
eu proporia a isenção dos dois, IPTU e taxa de lixo, mas isso não é possível. É
difícil saber quem é empregado e quem é desempregado, os números de
desempregados fornecidos à imprensa diariamente são desencontrados. Não há por
que fazer esse tipo de Projeto de Lei. O Prefeito tranqüilamente vetará e, se
derrubarmos o Veto, ele ganha na Justiça. Esse tipo de Projeto de Lei não soma
nada e pode causar transtornos, agressões verbais e incomodações para todos os
Vereadores. Eu não tenho razão para aplaudir o Projeto do Ver. Jocelin
Azambuja. Eu vou votar contrariamente.
Já
o Ver. José Valdir está preocupado com regras para aprovação e licenciamento de
galpões crioulos. Eu acho um bom Projeto, sugiro uma análise informal por parte
do Executivo Municipal, já que V. Exa. é do Partido dos Trabalhadores, terá
mais facilidade para ver se alguma coisa deve ser acrescida ao Projeto que, sem
dúvida nenhuma, visa equacionar um problema que não está bem estudado no Código
de Obras do Município. V. Exa. coloca muito bem, eu faria uma consulta informal
e, talvez, V. Exa. mesmo apresentasse Emendas.
O
Ver. Antônio Losada denomina Rua Vilmar Ribeiro Wogt um logradouro irregular
localizado no Bairro Mário Quintana. Ele diz que o cidadão a ser homenageado
esteve desde o primeiro momento trabalhando, visando fazer com que essa
comunidade que lá está hoje na Chácara da Fumaça pudesse conviver e viver de
forma um pouco mais digna. Pelo exposto, diz ele, os amigos querem homenageá-lo
batizando a Rua 2930, do Loteamento Chácara da Fumaça, Quadra 154, Bairro Mário
Quintana, com o seu nome. Fico contente quando falam na Chácara da Fumaça, pois
foram cinqüenta e cinco hectares comprados na Administração João Dib. Fico
contente, também, que uma das pessoas que ajudou a fazer daquilo uma realidade,
esteja sendo hoje homenageada pelo Ver. Antônio Losada. Tem o meu apoio. Saúde
e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Senhor Presidente Senhoras e Senhores
Vereadores, eu me obrigo, mais uma vez, a discutir o mesmo Projeto da Sessão
passada, e aqui retomada novamente, que é o Projeto do Ver. Jocelin Azambuja.
Acho
que, em alguns momentos, nós deveríamos discutir o que é de fato uma matéria
legislativa e o que se trata de Pedido de Providências ou Moção de Apoio ou
Repúdio. Acho que o Ver. Jocelin deveria ser conseqüente com as coisas que ele
anotou na sua Exposição de Motivos - claro que a intenção dele é polemizar com
a Administração Popular de Porto Alegre - eu já disse isso e não é de forma
provocativa, deveria ter feito uma Moção de Repúdio, tal é a linguagem ofensiva
que o Vereador utiliza, como se o problema do desemprego fosse uma questão
local, municipal; como se a questão do desemprego não fosse uma questão -
inclusive hoje - mundial, cada vez o capital desemprega mais pessoas. E num
País, devido ao tipo de política implementada pelo atual governo, nós temos o
privilégio do capital financeiro. Temos quinze milhões de reais para o Banco
Marka, que não emprega ninguém, cujo dono já fugiu, e ainda mandou dezessete
milhões para fora do país. Se esse dinheiro tivesse sido utilizado para
conseguir empregos ...
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Dib.)
O
Ver. João Dib há muito tempo provoca este Vereador, tentando fazer com que eu
não consiga expor aqui minhas idéias. Mas vou continuar no meu argumento. Nós
precisamos de investimentos, e investimentos no setor produtivo, porque é isso
que gera emprego e renda, não é no capital especulativo. E o capital
especulativo é fruto da economia do modelo nacional, porque no modelo local, a
pequena, modesta verba que a Prefeitura colocou no PORTOSOL, Instituição
Comunitária de Crédito PORTOSOL, um “pequeno banco” - entre aspas - serve para
financiar pequenos empreendimentos que geram empregos. Portanto, não cabe esse
Projeto por nenhuma razão. Cabe menos, também, a matéria legislativa, porque
ela é atinente ao Executivo, porque estamos tratando de não-pagamento de
tributos, e não temos nenhum elemento de valor, de mensuração. Se o ricaço
perde o seu emprego e naquele momento não paga, ele poderá pagar, porque tem
acúmulo, tem gordura para queimar; o pobre, não. Mas o pobre, até três salários
mínimos, neste Município, dependendo da construção, já não paga IPTU.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell,
não posso deixar passar a informação que V. Exa. traz sobre a instituição
financeira PORTOSOL, porque em quatro anos, ou um pouco mais, atendeu mil e
quinhentas pessoas. Deve haver dificuldades lá.
O SR. ADELI SELL: Pode haver dificuldades, mas atendeu mil
e quinhentas pessoas. São, sem dúvida nenhuma, dados talvez acanhados, mas é um
início. E o que faz o Governo Federal? Em vez de criar um fundo de fomento à
pequena produção, coloca quinze milhões de reais no Banco Marka. São coisas
diferentes, completamente diferentes.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
solicito à Mesa que peça ao orador que se atenha à Pauta.
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Eu peço escusas, porque assumi os
trabalhos agora e não ouvi o pronunciamento do orador na tribuna. Não posso nem
emitir opinião, porque assumi, neste instante, a Presidência.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu quero fazer um aparte para dizer a V. Exa. que entendo que está
falando na Pauta e sugerir que responda ao Ver. João Dib com a parábola do
beija-flor diante do incêndio, quando queimava a mata.
O SR. ADELI SELL: Obrigado. Eu concluo, pedindo escusas à
Mesa, mas quero sinalizar que estou dentro da Pauta e discutindo o Projeto do
Ver. Jocelin Azambuja. Não fujo da Pauta. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
discuto, também, o Projeto do Ver. Jocelin Azambuja. Eu acho, Srs. Vereadores,
que há, no mínimo, três situações que enfraquecem o poder desta Casa. Uma
situação que enfraquece o poder desta Casa frente à população é o nível
rebaixado de discussão, quando ocorre. Uma outra situação que enfraquece o
poder desta Casa é o denuncismo. São denúncias do tipo: “Estão transferindo
para uma escola que não existe!” - a gente vai lá, e há um prédio de escola que
está sendo construído, quase concluído; “A diretora está recebendo FG!” - a
gente vai lá, e a diretora não está recebendo FG; assim foi feito pelo Ver.
Jocelin Azambuja. E a terceira situação, é esse tipo de Projeto de Lei,
completamente inviável e, sem nenhum objetivo de fustigar ou incitar alguns a
ficarem irados neste Plenário, é um tipo de projeto realmente demagógico,
porque é prometido para a população algo que é completamente inviável. E o mesmo
Vereador que apresenta um Projeto que corta receitas do Município que são
necessárias para atender a uma série de reivindicações, sistematicamente apoia
todas as reivindicações. Não sei como um legislador pode conciliar isso, como
poder fazer essa mágica de querer cortar receita de um lado e, de outro lado,
apoiar todo o tipo de reivindicações, ou seja, aumentando a despesa. Não sei
como consegue fazer essa mágica e não sei como consegue explicar isso para a
população. A população de Porto Alegre, que é uma população esclarecida, sabe
que esse tipo de Projeto não leva a nada. É um Projeto para fazer disputa
política mais rebaixada, utilizando um instrumento mais ilegítimo, que é um
instrumento de enganar a população. A forma mais ilegítima de se fazer disputa
política é através da enganação. Acho que este Projeto é a documentação da
enganação. E a população de Porto Alegre está atenta a esse tipo de disputa
política. A forma de fazer disputa política nesta Casa, como o nível de
discussão rebaixado e como o denuncismo só enfraquece o poder desta Casa. Da
mesma maneira, existe uma mania de se utilizar, à exaustão, determinados
instrumentos que o Legislativo dispõe, como forma de fiscalização, o que acaba
enfraquecendo o próprio instrumento, como a CPI.
Já
ocorreu, nesta Casa, há alguns anos, utilizar-se a CPI de forma completamente
irresponsável, em cima de indícios que, se tivéssemos um pouco de paciência,
veríamos, logo em seguida, não comprovavam nada, e que uma análise mais
responsável e mais acurada iria mostrar que não era o caso de se instalar CPI.
Aí, instalou-se a CPI, desgastou-se a Casa e desgastou-se o próprio instrumento
da CPI. Acho que essa é uma forma desinteligente de legislar, que só se volta
contra o legislador e contra a Casa.
Gostaria,
ainda, de referir o Projeto de Lei de minha autoria, que também está na Pauta,
que estabelece regras especiais de licenciamento para os galpões crioulos. Como
já disse o Vereador João Dib, este é um assunto que não está resolvido no
Código de Obras. O galpão crioulo, que tem uma arquitetura específica, por
incrível que pareça não é reconhecido no nosso Código de Obras. O que eu estou
fazendo certamente não vai resolver a situação de uma série de CTGs que estão
construídos em cima de praças, em situações que precisam ser resolvidas pela
negociação política, mas é um primeiro passo para reconhecer em lei a
existência do CTG na nossa Cidade, com sua característica arquitetônica
específica, que é o galpão de madeira. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, talvez o
assunto mais importante da Pauta seja o do Projeto do Vereador Hélio
Corbellini, que fala do imenso perigo oferecido à população quando muitas
pessoas, sem ter conhecimento da ferocidade e da voracidade de alguns tipos de
cães, levam para passear e comercializam animais de algumas raças extremamente
perigosas. E já há fatos documentados, como morte de pessoas e lesões graves
provocadas pelas raças Rottweiler e Pit Bull. Essas raças estão hoje nas
manchetes, como, há dez anos, estiveram as raças Fila e Pastor Alemão.
Há,
muitas vezes, dentro do clima de insegurança do País, a necessidade do aumento
de segurança - antigamente usavam-se, nos palácios, cisnes para fazer barulho -
através de cães amestrados, que, com ensinamentos e rotinização das atitudes,
tornam-se verdadeiras feras. Muitas vezes é difícil, para um animal que não tem
a inteligência e seu aspecto intelectual mais desenvolvido, distinguir um
ladrão, que irá arrombar uma casa, de uma pessoa normal que passa pelas
proximidades. Ele agride a pessoa e, muitas vezes, fere-a gravemente. Afora os
problemas de cuidado com os cães, especialmente aqueles com possibilidade de
transmissão de uma série de doenças, como parasitoses, zoonoses e a gravíssima
raiva, contra a qual os cães têm que ser vacinados, existe o problema da
ferocidade. Pois, vem em boa hora esse Projeto do Ver. Hélio Corbellini, que
regulamenta e proíbe a comercialização dessas raças caninas. E quando se diz
que o cão é o melhor amigo do homem, isso é uma regra, mas exceções existem, e
de forma tal que, muitas vezes, nós expomos não só a integridade física das
pessoas, mas a sua própria vida, como aconteceu em São Paulo recentemente, e
como há registros: em novembro de 1998, a empregada doméstica Edésia Fernandes
dos Santos foi morta por cães dessa raça. Em 22 de fevereiro, dois Pit Bulls
atacaram e feriram gravemente o menino Lucas Martins de quatro anos de idade.
Tal quadro hediondo manifestou-se em Porto Alegre, bastando um simples folhear
dos nossos periódicos para constatar novos e devastadores ataques desses
animais aos nossos concidadãos, sobretudo a crianças.
As
raças que mais proliferam são Pit Bull e Rottweiler, sem nenhum controle e
segurança por parte da Administração Pública. Isto é fundamental.
Essa
Lei vai estabelecer não só o controle e as regras de manutenção, como também se
propõe a proibir a comercialização desses animais.
Me
parece que, do ponto de vista sanitário e de prevenção de acidentes graves, de
perdas importantes, esses Projetos têm que merecer a maior atenção dos
Vereadores e, certamente, a unanimidade deste Plenário deverá aprovar um
Projeto que visa prevenir essas perdas tão lamentáveis. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrado o período de Pauta.
Foi
solicitado um tempo especial, por parte da Vera. Sonia Saraí. Como se trata de
assunto polêmico e que está na mídia, referente ao assunto de auxílios-creche,
e a Vereadora tem sido citada, eu concedo o tempo especial.
É
absolutamente coerente que V. Exa. traga uma palavra esclarecedora, visto que
há uma evidente mistura entre situações, possivelmente de irregularidades
referentes a funcionários, misturados com o nome de Vereadores.
A
Vera. Sonia Saraí está com a palavra em Tempo Especial.
A SRA. SONIA SARAÍ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que
eu vou fazer aqui não chega a ser exatamente um pronunciamento; eu vou ler um
documento que eu e as pessoas responsáveis por minha candidatura elaboramos.
Teremos, depois, o resto da tarde para debater e esclarecer os vários aspectos
que envolvem essa situação.
“Até
hoje eu não me havia manifestado, pois esperava a apuração de responsabilidades
para tomar a atitude justa para com meus assessores, acusados de envolvimento
no escândalo do auxílio-creche, mas nenhuma investigação foi feita até agora, e
eu fui julgada e condenada pela manipulação irresponsável de notícias
veiculadas pela imprensa. A última foi a da Zero Hora de sábado. Pura mentira.
Nós
fizemos as nossas próprias investigações e tomamos as nossas próprias atitudes.
O Sr. Paulo Silva foi exonerado no dia 1º de abril, a meu pedido. Esse
ex-funcionário é antigo na Câmara, nunca fez parte de minha equipe de trabalho
e ficou no meu gabinete pelo período de um mês, apenas para não perder seus
direitos trabalhistas. Esse não é um caso político; é um caso de polícia. Roubo
e falsificação não são caso de política, mas sim de polícia.
Quanto
a Pedro Lopes, assessor de minha confiança, não foi demitido por esse motivo,
pois não cometeu crime algum. Ele se exonerou por motivos particulares. Desde o
episódio que envolveu seu nome, eu pedi a ele que ficasse - e ele ficou até o
dia de ontem - esperando que as pessoas investigassem e esclarecessem o que
realmente aconteceu, para ele sair daqui numa outra situação, mas o Pedro não
podia esperar, e eu, ontem, pedi que o exonerassem.
Pedro
tem uma filha em idade de creche. Paulo Silva apresentou para ele um recibo já
pronto de uma creche próxima à sua casa para encaminhar o auxílio. Essa creche
é a creche Sonho Meu. Pedro foi até a creche e viu que só havia paredes. Aí
começou o seu pesadelo. Ele não retirou o dinheiro e pediu o estorno desse
valor em sua conta. Esses fatos foram veiculados pela imprensa como se ele
tivesse feito algum crime. Ele foi exonerado por motivo particular, e eu quero
ser redundante nisso. Quero deixar bem claro que ele não foi exonerado do meu
gabinete porque estaria envolvido nessa situação, pois ele é completamente
inocente. Como até hoje o Pedro ainda não foi ouvido, não fez sua defesa, e foi
condenado pela veiculação de notícias na imprensa, eu resolvi não esperar mais.
Quanto
a José Loidemar Brizolla, o que fizeram com ele é um crime, praticado de má-fé.
Ele tem um filho na Creche Jardim Renascença, que cobra vinte e cinco reais por
criança, mensalmente. O Brizolla recebeu cento e dezessete reais que ele deixou
na Creche.
O
artigo 2º, da Resolução nº 1215, desta Casa, no que se refere ao
auxílio-creche, é claro: o auxílio será concedido em valor equivalente a trinta
e cinco por cento do padrão básico do salário dele. Será crime repassar os
cento e dezessete reais a que tem direito, quando poderia pagar apenas vinte e
cinco reais, que é a mensalidade? Onde está a imoralidade? Onde está a
ilegalidade? Crime seria deixar de levar este recurso a uma creche comunitária,
que vivem sempre com enormes dificuldades, o que é sabido por todos.
E
vão me dizer que ninguém na Câmara de Vereadores sabia dessa Resolução,
envolvendo o nome do Brizolla dessa forma criminosa, assim como se ele tivesse
roubado esse dinheiro. Esse dinheiro é um direito que ele tem e está numa das
leis que esta Casa escreveu.
Quero
dizer nesse momento que vou exigir reparação, por parte de todos os
responsáveis, por jogar o nome de um grande líder comunitário na lama, como foi
feito nesses últimos dias.
E
ainda quero dizer que não vou demitir o Brizolla, porque entendemos que a
situação dele é complemente moral e legal. Se a Casa entender que se deva tomar
outra atitude, que assim o faça.
Assumi
há vinte dias e não serei julgada e condenada por crime que não cometi de
irregularidades que vêm ocorrendo há muito tempo, e aquele relatório comprova
isso.
Quero
dizer, também, que a investigação vá até o fim. Que se investiguem todos; que
se notifiquem os meios de comunicações para que preservem, ou seja, conservem
todas as gravações de programas em que as notícias foram veiculadas. Não só o
que foi ao ar, mas também, as que foram gravadas e não foram editadas, para
ficar comprovada a manipulação que a imprensa fez. Essas medidas são essenciais
ao meu direito de defesa perante a opinião pública do Rio Grande do Sul, que
não me conhece e não conhece meus assessores. Diante de nossa gente não há
necessidade de defesa, pois conhecem o nosso trabalho. A defesa de nossa honra
está escrita e gravada nas conquistas que trouxemos para as nossas vilas com
nossa luta, e a construção da cidadania de um povo pobre, porém digno, é a
maior das nossas conquistas. Nossos inimigos não suportam nossa independência,
nossa autonomia e a nossa teimosia em pensar e agir por nossa própria cabeça.
Temos
compromisso apenas, e tão somente, com a humilde e orgulhosa gente da nossa
Cidade. Este povo é o nosso advogado e saberá exigir o nosso direito à defesa,
fazendo valer a justiça.
Gostaria
de pedir que esta Casa reflita, com muita seriedade, a respeito deste tema. O
que aconteceu foi uma coisa criminosa, não somente com meus assessores, mas com
meu mandato, e todos sabem o que isso significa e o que representa. Solicito
que reflitam com seriedade para garantir que essa Sindicância vá até o fim, e
que sejam apurados todos os responsáveis por essa situação. Isso acontece nesta
Casa há mais de um ano; eu assumi no dia 22. No dia 25 foi instaurada a
Sindicância envolvendo os meus assessores.
Então,
Sr. Presidente, eu gostaria que esta Casa fizesse valer o meu direito de
Vereadora desta Cidade, que foi abalado; fui vinculada em todas as notícias
como se eu fosse responsável pelo que aconteceu. Todos aqui sabem que
parlamentar nenhum tem acesso à relação que o funcionário tem com a Casa, mas
não foi dessa forma que foi veiculado na imprensa. Quero um direito amplo de me
defender, o que até agora não aconteceu. Faz mais de 20 dias que aconteceu o
episódio e foi ouvido só um lado da notícia, e todas as entrevistas que dei
foram cortadas vergonhosamente. Eu falava cinco minutos e só veiculavam trinta
segundos na televisão. Tudo isso tem que ficar devidamente esclarecido. Tenho
certeza da inocência dos meus assessores, porque sei quem trabalha comigo.
Quero
dizer, também, que a Bancada do Partido dos Trabalhadores decidiu, em reunião,
que vai colocar nota paga nos jornais para esclarecer o que aconteceu, porque
isso é um ataque a um mandato popular.
Era
isso que queria deixar claro, e pedir que as pessoas fossem justas; que se
esquecesse a questão das siglas partidárias e que se faça justiça, porque o que
se fez foi uma grande injusta, manipulando todas as informações. Tenho o
relatório e a documentação que faz parte de uma investigação que o nosso
gabinete fez para poder se defender, porque, até agora, Sr. Presidente, o que
sabemos é que há uma Sindicância instaurada para apurar os fatos. Espero que se
apurem o mais rápido possível. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. FERNANDO ZÁCHIA (Requerimento): Sr. Presidente, é importante a
manifestação da Vera. Sonia Saraí, e aos Vereadores o que surpreende é que ela
assumiu o mandato somente este ano, e grande parte das notícias se referem ao
ano passado. Para mim é uma surpresa, pois sempre se vinculou a Vereadora e, na
verdade, ela não estava nesta Casa naquele momento. Faço o Requerimento a V.
Exa., porque entendo que, na questão das creches, o direito das crianças e do
servidor público, de uma maneira ou outra, foi abalado. Seria importante que
remetêssemos esse processo à Comissão de Direitos Humanos, para que ela pudesse
analisar quem, de fato, teve o prejuízo: as crianças certamente, sim, mas a
imagem dos servidores também foi abalada.
O SR. PRESIDENTE: O Requerimento de V. Exa. é inteiramente
procedente, mas, evidentemente, teremos que mandá-lo após concluído. Solicitei
que fosse feita uma Sindicância, no máximo, em sete dias e, possivelmente,
haverá um inquérito administrativo, o que, juridicamente, será mais forte. De
qualquer maneira, tomaremos as medidas
para informar outros setores, dos quais um, requerido por V. Exa. Defiro
liminarmente o Requerimento do Ver. Fernando Záchia.
O SR. ELISEU SABINO (Requerimento): Sr. Presidente, como faço parte da
Comissão de Educação, cujo Presidente é o Ver. José Valdir, entendo, também,
que esta Comissão, mediante as colocações de V. Exa., deveria, após a
Sindicância, fazer um acompanhamento, até porque é preocupante a situação, pois
trata-se de um abalo, na Casa, e precisamos apurar essa questão. E a Comissão
de Educação da Casa, que se envolve com essas questões, também deveria
acompanhar esse problema.
O SR. PRESIDENTE: Esta Casa está adstrita à Mesa e às
Lideranças, e como fui Líder, sei que nem tudo que se fala é exposto às demais
Bancadas. O Ver. Juarez Pinheiro, na reunião da Mesa com as Lideranças, fez um
Requerimento, deferido de plano por esta Presidência, para que fosse feito o
levantamento, de um ano para cá, de todos os funcionários, comissionados ou de
carreira, que receberam auxílio-creche. E anteontem, quando assinei a Portaria
determinando que fossem apuradas todas as questões relativas a quem recebeu o
auxílio-creche desde março de 98, foi nomeado o Dr. Cláudio Roberto Velasquez,
da Procuradoria da Casa, para este fim. É necessário que se esclareça para
todos Vereadores, se ainda algum não sabia.
Quanto
ao que a Vera. Sonia Saraí falou, sobre o envolvimento de Vereadores, ela não
referiu, infelizmente, o que está sendo feito por esta Presidência, pela Mesa e
pelos demais Vereadores, mas eu esclareço: ontem fui entrevistado, às doze
horas e quinze minutos, pela Rádio 107.3 - FM Cultura e, de repente, entrou um
cidadão de Canoas, dizendo que Vereadores, os políticos estavam, como sempre,
encobrindo sujeiras em baixo do tapete. Interrompi imediatamente a manifestação
daquele cidadão, afirmando que nenhum Vereador de Porto Alegre estava envolvido
com a questão do auxílio-creche. A única questão especial é a de uma Vereadora,
que é amplamente conhecida, mas é outra questão. Portanto, não cabia a acusação
genérica feita aos Vereadores, até porque eles não podem, ao final de cada mês,
conferir os recibos que seus funcionários entregam ao Serviço de Recursos Humanos
da Casa. São questões relativas a funcionários, que estão sendo apuradas, e
ninguém está infenso a irregularidades. Fui agressivo, dizendo que,
possivelmente, na casa daquele cidadão de Canoas poderia haver irregularidades
que ele não conhecia, e que nem por isso o estavam acusando de algo,
genericamente.
Vera.
Sonia Saraí, tenho sido firme e esclarecedor, como Presidente, no sentido de
que os Vereadores não estão sendo acusados e nem são suspeitos nessa questão.
Agora, quanto à questão dos funcionários, o assunto está sendo apurado,
rigorosamente.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Que bom que V. Exa. faz essas colocações,
porque a nota lida pela Vera. Sonia Saraí, na tribuna, acaba colocando a
Instituição numa situação um pouco difícil. A nota diz que a Instituição não
fez absolutamente nada até agora para investigar e eu fui testemunha, porque
participei de uma reunião, juntamente com todas as Lideranças, onde estavam
presentes, inclusive, Lideranças do Partido da Vereadora, onde houve uma
determinação, por parte de V. Exa., que far-se-ia um pedido de exoneração para
esses funcionários envolvidos. Foi uma decisão tirada por V. Exa., pela Mesa e
por todas as Lideranças. Sei que, inclusive, foi instaurada uma Sindicância no
sentido de fazer com que as averiguações sejam as mais corretas possíveis.
Aquele julgamento que a Vera. Sonia Saraí coloca da tribuna, é claro que caberá
à Comissão Sindicante que, depois, passará para a Comissão de Inquérito que
será instalada por V. Exa.
O SR. PRESIDENTE: Gostaria de dizer também, Vera. Sonia
Saraí, que não há nenhum prejulgamento nem da Mesa, nem do Presidente em
relação aos funcionários. Acredito na palavra de V. Exa. como acreditaria na
palavra de qualquer Vereador. Só que, Vereadora, me foi colocado pela Procuradoria
um argumento que é invencível, sob o ponto de vista jurídico. É que, havendo
suspeição, havendo indício de falsificação de recibos, que há, esses
funcionários teriam que ser afastados por uma situação muito clara em relação à
lei de improbidade, relativa à questão do erário. Tratando-se de cargo em
comissão, se eles não forem afastados e, depois, se provar improbidade deles na
Sindicância, ou no Inquérito, eles terão continuado a receber dinheiro para
repor aquilo que vai ter que ser reposto daquilo que foi, teoricamente,
retirado. Então, estariam recebendo um dinheiro lícito em cima de alguma coisa
que, depois, pode ser o provado ilícito. Então, a Direção da Casa estaria,
praticamente, sendo cúmplice de uma possível irregularidade. Não é que haja prejulgamento,
se fossem funcionários de carreira, funcionários concursados, o Estatuto prevê
que eles seriam afastados com a suspensão da remuneração; como não são de
carreira eles não podem ter seus vencimentos suspensos e sempre continuariam
recebendo. Por isso é que houve o que o Ver. Luiz Braz se referiu, houve uma
instância de afastá-los não porque são culpados - eles vão ter o direito de
defesa - mas por essa questão pecuniária que eu acabei de explicar.
O SR. RENATO GUIMARÃES (Questão de
Ordem): Entendemos que
este debate, inicialmente, se constrói pela execução da Sindicância e, após,
pelo Inquérito Administrativo, não sendo objeto, neste momento, de discussão em
Comissão da Casa, ele é objeto de uma Sindicância e de um Inquérito
administrativo. Esse é o entendimento da Presidência desta Casa, e o nosso
também. Em segundo lugar, gostaria de referir o que foi mencionado na
intervenção do Presidente da Casa: não há envolvimento de Vereador, de nenhum
Vereador, muito menos da Vera. Sonia Saraí. Há sim envolvimento de um
funcionário que ocupa um cargo de confiança nesta Casa, que mantém uma relação
administrativa direta com esta Casa. Solicitamos, em nome da Bancada, uma
Sindicância para apurar esses fatos.
O SR. DÉCIO SCHAUREN (Questão de Ordem): Pergunto a V. Exa. o seguinte: nós
sabemos que a Sindicância acaba de ser instalada. Como aconteceu de ir para a
imprensa uma série de informações, sem que houvesse Sindicância? Algum
funcionário passou essas informações para a imprensa! Segundo as informações que
temos, segundo os próprios dados que a Vera. Sonia Saraí colocou, se,
efetivamente, os dois funcionários que são do gabinete dela, forem inocentes,
quem vai reparar essa situação? V. Exa. é o Presidente, tem poder para
determinar uma Sindicância para apurar os fatos, e nós queremos que eles sejam
apurados; agora, como saem desta Casa informações destorcidas, segundo todos os
dados indicam, prejudicando funcionários que são conhecidos dentro do movimento
comunitário e que, durante muitos anos, nunca tiveram nenhum problema desse
tipo? Parece-me que há uma questão que deve ser apurada para saber quem larga
informações desse tipo para a imprensa.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Décio Schauren, V. Exa. tem razão em
tese, só que esta é uma Casa pública, pode acontecer de alguém pegar um
documento, tirar uma cópia e mandar para a imprensa.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Como ocorreu de funcionários desta Casa
serem atacados na Questão de Ordem do Ver. Décio Schauren, quero dizer que o
trabalho prestado pelos funcionários que fizeram esse levantamento deve ser
aplaudido por todos nós porque, afinal de contas, temos que zelar para que o
melhor possa acontecer dentro desta Casa. E esses funcionários têm que ser
aplaudidos. Eles não têm que ser atacados.
Ver.
Nereu D’Ávila, faço uma solicitação a V. Exa., que é o Presidente desta Casa,
para que os documentos alusivos a esse processo sejam tratados única e
exclusivamente por aqueles que fazem a Sindicância da Casa, que é de
responsabilidade da Presidência e funcionários de sua confiança. Pediria que V.
Exa. cuidasse para que apenas a Comissão de Sindicância pudesse continuar
tratando desse assunto para que pudéssemos apurar o mais perfeitamente possível
o caso.
O SR. PRESIDENTE: Eu pediria aos Vereadores agora a
compreensão de que há tempos solicitados, e estamos entrando num debate sobre o
mérito, que não é de nossa competência. Deixemos isso para a Comissão de
Sindicância.
Ver.
Juarez Pinheiro, como V. Exa. não falou ainda, não vou ser injusto, mas o
assunto está se esgotando.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Senhor Presidente, eu gostaria que essa
posição do Ver. Luiz Braz e do seu Partido fosse a mesma desde o início desse
processo. Mas já que V. Exa. se referiu sobre a questão dos materiais que
requeri, quero, neste momento, de plano, agradecer a interferência do
Diretor-Geral da Casa, Dr. Alexander, que só com sua atuação junto à Diretoria
Administrativa foi que este Vereador conseguiu ter acesso àquilo que já havia
sido deferido pela Mesa. Recebi, hoje, o material. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Juarez Pinheiro, eu determinei que
todos os Vereadores que requereram - além de V. Exa. houve mais cinco
Vereadores - recebessem imediatamente todos os documentos pertinentes. A
solicitação de documentos por parte de Vereadores deve ser atendida in limine. A Ver. Sônia Santos é
testemunha porque requereu ontem à tarde, e imediatamente despachei, pedi ao
Diretor-Geral que colocasse nas mãos da Vereadora os documentos. E todos os
Vereadores que assim o desejarem terão os documentos em mãos. É um direito dos
Vereadores acompanhar o processo. Não pode haver obstaculização de documentos
na Casa, com referência aos Vereadores.
O SR. LUIZ BRAZ: Este Vereador foi atacado de forma
injusta. Desde o início V. Exa. sabe que apenas estou tentando colaborar para
que as investigações possam se dar da melhor forma possível. Fui acusado,
inclusive, num primeiro momento, de que funcionários ligados ao meu Partido
estariam envolvidos nesse levantamento de dados. V. Exa. sabe que isso foi uma
tremenda mentira que foi colocada. Aplaudo mais uma vez todos os funcionários
que participaram dessas investigações e acredito que isso só serve para depurar
a Casa.
O SR. DÉCIO SCHAUREN (Questão de Ordem): Senhor Presidente, eu quero dizer apenas
que não ataquei nenhum funcionário da Casa. O Ver. Luiz Braz disse que eu teria
atacado. De forma nenhuma! O que tem que ficar claro é que todas as coisas aqui
dentro desta Casa são públicas. Mas publicizar,
cabe à Presidência e à Direção da Casa, depois de apurados os fatos.
O SR. PRESIDENTE: Isso é verdade. V. Exa. tem razão.
Agora, também não pode ser cobrado da Presidência o envio de documentos, à
socapa, à imprensa. Foram enviados documentos quando nem a Comissão de
Sindicância estava ainda instalada, e, no entanto, jornalistas famosos da
Cidade estavam com todos os xerox,
inclusive de fotografias. Quando veio a reportagem aqui, trouxeram um álbum que
eu mal conhecia. Não tenho condições de detectar quem fez isso. Precisávamos do
FBI.
O
Ver. João Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Senhor Presidente e Srs. Vereadores, a
minha intenção hoje era tão somente criticar S. Exa. o Sr. Prefeito Municipal,
demonstrando toda a minha contrariedade pela seqüência de Decretos mandando
cortar árvores imunes ao corte. Mas o triste espetáculo que assisti aqui neste
Plenário leva-me a falar de forma diferente. Ouvi com atenção o pronunciamento
da Ver. Sônia Saraí, e não tenho nada contra. Ela colocou as suas posições.
Realmente, ela não estava na Casa quando os fatos ocorreram. Mas estou cansado
de ouvir que as coisas podem se ligar a outros Vereadores. Eu tenho uma vida
pública clara, transparente e tranqüila. Fui seis vezes Secretário, duas vezes
Assessor-Engenheiro, e sempre todos os que chegaram ao meu gabinete puderam
ouvir o que eu dizia e ver o que eu fazia porque a porta do Gabinete do Ver.
João Dib esteve, como está, sempre aberta.
Se
todos falaram que há mais Vereadores envolvidos, que tem que fazer a
Sindicância, comecem a sindicância pelo meu gabinete, que não tem nada para
esconder de ninguém. Continuem a Sindicância no gabinete do Ver. Pedro Américo
Leal, que não tem nada para esconder de ninguém. Continuem, ainda, a
Sindicância no gabinete do Ver. João Carlos Nedel, onde também não há nada para
esconder. E vejo que a Ver. Tereza Franco e outros Vereadores também dizem que
não têm nada para esconder. Então, esta história está sendo uma forma de
enlamear o Legislativo Municipal. Isso não pode continuar assim, as medidas têm
que ser corretas, precisas e rápidas. Isso não pode continuar. Eu me sinto
contrariado pelo que vejo acontecer nesta Casa. Eu tenho uma vida inteira de
trabalho, para mostrar aos cidadãos de Porto Alegre que eu sempre procedi
corretamente. Como eu disse, no meu gabinete, podem verificar todos os
detalhes. É só chegar na porta e olhar, porque a porta está sempre aberta.
Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, voltamos aos Decretos de S. Exa., o Sr.
Prefeito Municipal, que exorbita das suas funções. O Diário Oficial de hoje
traz autorização de corte de mais duas árvores. Exclui as árvores declaradas
imunes ao corte pelo Decreto 6.289, alterado pelo Decreto 6.291 de 1978. Então,
ele autoriza uma palmeira asiática na Av. D. Pedro II e uma palmeira imperial
na Rua Hoffmann. Mas, este não é o primeiro Decreto, são vários os Decretos,
onde, inclusive, ele autoriza o corte de figueiras e a figueira é árvore
símbolo de Porto Alegre. Reclamando de S. Exa., o Sr. Prefeito, eu pedi
audiência da Comissão de Justiça, que parece que não entendeu bem a minha
solicitação: eu queria conhecer as causas, os motivos, as razões que levaram o
Prefeito a decretar, como os outros decretos fazem. Eu fui entendido mal e a
causa e o motivo parecem que eram desnecessários e o Prefeito continua cortando
as árvores. Está aqui o Decreto 6.269: “Considerando a necessidade de
consolidar num único documento as espécimes já declaradas com vista a um
controle mais aperfeiçoado...”, altera as disposições de outros decretos e diz
por quê: “Ficam declarados imunes ao corte, nos termos do artigo 7º da Lei
Federal 4.771, de 15 de setembro de 1965, sujeitos a regime especial de
proteção do Código Florestal em vigor e demais leis concernentes à matéria as
espécimes vegetais constantes da relação em anexo.” Aqui está a relação em
anexo, feita na Administração Guilherme Socias Villela. E continua dizendo: “As
espécimes vegetais, constantes da relação em anexo, que integram o Decreto...”
e diz como se deve fazer, por que se deve fazer, como se deve fazer. Está tudo
aqui. Eu teria mais tempo se eu não tivesse que reclamar contra as barbaridades
ocorridas em relação a uma Sindicância que está sendo feita na Câmara, mas vou
voltar ao assunto. Espero que a Comissão de Justiça, a quem recorri, reexamine
o meu pedido e veja que o Prefeito não pode, pura e simplesmente, sem nenhuma
alegação, sem nenhum considerando, sem nenhuma razão aparente, mandar cortar
árvores imunes ao corte, incluindo Figueiras, que é a árvore, como eu disse,
símbolo de Porto Alegre. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Tenho a satisfação de anunciar a presença
da Vera. Marlene Mello, da Bancada do PDT, meu Partido, nosso Partido, da
Câmara Municipal da cidade de Formigueiro. Muito prazer, Vereadora. Seja
bem-vinda na nossa Câmara Municipal. Pode adentrar ao Plenário, esteja à
vontade. É um prazer recebê-la na nossa Casa Legislativa. Leve um abraço a
todos os colegas Vereadores e ao povo de Formigueiro.
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o ano
era o de 1977; o dia era 31 de janeiro, Instalação da VIII Legislatura, da 1ª
Sessão Legislativa Ordinária; 31 de janeiro de 1977. Presentes os Vereadores:
Aloísio Filho, Antônio Cândido, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Cleom
Guatimozim, Glênio Peres, Ibsen Pinheiro, João Dib, João Severiano, Larry
Faria, Mano José, Marcos Klassmann, Martim Aranha, Paulo Satte, Pessoa de Brum,
Reginaldo Pujol, Rubem Thomé, Sadi Schwerdt, Valdir Fraga, Vicente Dutra e
Wilson Arruda. Instalação da Sessão Solene de prestação de compromisso dos
Vereadores da VIII Legislatura, eis que naquela oportunidade não tomava posse
Prefeito, porque os Prefeitos eram nomeados.
Naquela
oportunidade manifestava-se o Líder da Bancada do Movimento Democrático
Brasileiro, que se constituiu numa composição de vinte e um Vereadores, elegeu
catorze Vereadores. Manifestava-se, naquela oportunidade, Glênio Peres:
“Sr.
Secretário, Srs. Vereadores, povo da minha Cidade; agora a Oposição tem maioria
de votos: catorze votos.
Esta
é uma Casa, Sr. Presidente, para falar dos buracos de rua, esta é uma Casa para
falar da falta de luz, mas esta é uma Casa também para falar da ausência de
liberdade.
De
que adianta a farta iluminação por onde passo, Sr. Presidente, quando entro e
chego na minha casa, se eu não tenho a segurança de chegar ou sair ileso de
minha casa? A Câmara Municipal de Porto Alegre é para proclamar também o grande
buraco aberto nos direitos humanos, nos direitos do cidadão brasileiro. Esta
tribuna é para dizer que há um buraco numa rua do Sarandi e que há uma imensa
prisão que hoje impede manifestação de pensamento em prol da liberdade de todos
os brasileiros. Esta Câmara tem que servir para dizer que as escolas chamadas
de antiterrorismo, especialistas em retirar unhas da pessoas, fazer doer a
integridade física das pessoas, fazer com que cada um diga o que não quer, e,
principalmente, fazer com que pague com o seu sangue, a sua vida, o preço do
seu pensamento e o exercício da liberdade. Esta Casa, Sr. Presidente, é para
dizer que existem torturadores e torturados. Mas que cada um possa apanhar o
elevador e ir para a sua casa carregando a sua integridade, o seu direito de
cidadão de pensar e agir, de não ser preso, torturado, de não ser perseguido,
exilado por ter manifestado o seu pensamento aqui e agora.
Nós
chegamos aqui catorze, gritando como catorze, trabalhando como quatorze e vamos
chegar até o fim deste mandato, não a nosso serviço, mas a serviço da Cidade.
Estaremos a serviço daqueles que nos deram este microfone para gritar a favor
da Cidade, a favor deste Estado, a favor deste País, a favor da liberdade.”
(31.01.1977.)
Este
foi o discurso do então Vereador Glênio Peres.
No
dia 09 de fevereiro de 1977 anuncia, o Sr. Presidente, na Comissão
Representativa:
“Cumpre-me
comunicar ao Plenário para os devidos fins, que por ato do Senhor Presidente da
República, de 02 de fevereiro, de 1977, foi cassado o mandato eletivo
municipal, e suspensos pelo prazo de dez anos, os direitos políticos do
Vereador Glênio Matias Gomes Peres.
É
vedada a convocação do Suplente, por força do Ato Institucional nº 05.”
Sr.
Presidente, encerrando a minha manifestação como Líder - e apresentarei um
Requerimento -, informo a esta Casa que a manifestação do Ver. Glênio Matias
Gomes Peres não se encontra inserida nos Anais.
Este
discurso não registra o momento dessa história que esta Casa viveu e que a
memória, infelizmente, desta Casa, por vinte e dois anos omitiu. Vinte e dois
anos esta Casa foi omissa em relação ao fatos que ocorreram aqui no dia 31 de
janeiro de 1977.
O
discurso que ensejou a cassação do Ver. Glênio Peres não se encontra nos Anais
desta Casa. E por conseqüência, Sr. Presidente, infelizmente, por omissão, por
autocensura ou por alguma mão a serviço da ditadura, à época, não são
encontrados.
Por
essa razão, Sr. Presidente, estou encaminhando o meu Requerimento, neste
momento. Por força do art. 197, do Regimento, o Vereador que subscreve o
presente Requerimento requer sejam incluídos nos Anais da Sessão de 31 de
janeiro de 77, o discurso proferido pelo Ver. Glênio Peres, Líder da Bancada do
MDB. A ausência nos Anais, do discurso do Ver. Glênio Peres, da 1ª Sessão
Legislativa Ordinária da VIII Legislatura, representa além de uma tentativa
flagrante de apagar da nossa memória histórica, no momento maior da luta contra
o autoritarismo em nossa Cidade, violando assim o Artigo 197 do Regimento que
estabelece, “Os pronunciamentos em Plenário serão taquigrafados e/ou, gravados
e publicados nos Anais.”
Sr.
Presidente, neste momento faço-lhe a entrega do discurso do Ver. Glênio Peres
que de forma corajosa, e por ser corajoso o proferiu naquele momento, na
Instalação daquela Sessão Legislativa, num momento histórico desta Casa, e para
resgate da memória histórica e para que um dia algum historiador possa contar a
efetiva história do autoritarismo e da repressão nesse País, é que solicito que
esse discurso daquele momento, de plano, conforme faculta a V. Exa., o
Regimento desta Casa, seja incluído nos Anais na data competente. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, tendo em vista o
Requerimento do nobre Ver. Isaac Ainhorn e o pronunciamento por ele trazido ao
conhecimento da Casa, eu solicito que me seja informado - a época do dia
31.01.1977 - quem compunha a Mesa da Câmara Municipal. Havia dois Partidos
ARENA e MDB. Eu gostaria de saber se era só o MDB que compunha a Mesa, e
portanto, tinha as decisões da Casa ou não.
O SR. PRESIDENTE: Nós vamos lhe informar, Vereador, com
todo o prazer. Como me faculta o Regimento, vou deferir de plano que - até para
que a história reate o seu fio - esses documentos sejam anexados no arquivo
referente à época, aos Anais da Câmara Municipal de Porto Alegre. Deferido,
portanto, o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn.
O
Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, assomo
à tribuna nesta tarde, para congratular-me com a Assembléia Legislativa, pela
nova Lei, votada ontem, criando no Estado a Secretaria da Habitação. Foram 48
Deputados presentes ao Plenário que, sem nenhuma restrição, aprovaram a criação
da nova Secretaria. Esta Casa também deve se regozijar com esse fato novo. A
par do desemprego, hoje, a questão habitacional ocupa um dos primeiros lugares
na preocupação dos cidadãos deste Estado, desta Cidade. É verdade que uma
Secretaria da Habitação por si só não vai resolver o problema habitacional, mas
a nova Secretaria, herdeira da antiga COHAB, terá outras atribuições, entre
elas a formulação de políticas habitacionais pontualmente aplicadas. A nova
Secretaria também terá a atribuição de planejar políticas habitacionais e a
construção de moradias em locais específicos do Estado. Ela receberá recursos
orçamentários próprios, mas, evidentemente, não serão suficientes para resolver
todo o problema. A nova Secretaria também vai ter a atribuição de regularizar a
situação fundiária das diversas cidades do Estado, para a produção de habitações
populares e para a classe média. Enfim, é um sinal de alento para todos aqueles
gaúchos que buscam um lugar para ancorar a sua família, ou seja, a sua moradia.
Queremos saudar, mais uma vez, com muita efusão, a criação desse órgão
específico do Estado que estava fazendo falta no concerto da Administração do
nosso Estado, desde a eliminação da COHAB. Esta Casa terá, na nova Secretaria
da Habitação, um arrimo mito importante para implementar as questões habitações
que estão surgindo e que estão presentes no Município de Porto Alegre. Nós
precisamos do auxílio da Secretaria Estadual de Habitação para nos ajudar a
implementar políticas habitacionais adequadas e nos ajudar a resolver o
problema habitacional do Município de Porto Alegre. Nós auguramos que o futuro
Secretário Ary Vanazzi tenha o necessário discernimento para entender a
problemática maiúscula que envolve a questão habitacional do Estado e dê a essa
problemática o tratamento adequado. Nós podemos até, quem sabe, ajudá-lo nesse
mister, porque o Município de Porto Alegre tem uma experiência acumulada nesse
campo. Nós temos instrumentos, só não foram postos ainda totalmente em
funcionamento, como, por exemplo, o Solo Criado, o Banco de Terra. Temos
legislação básica para ajudar a formular a política habitacional do Município
e, quiçá, do Estado.
Reitero
minha alegria pela criação dessa nova Secretaria. E que ela venha a preencher a
imensa lacuna, atendendo aos anseios da população deste Estado. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Sônia Santos está com a palavra
em Comunicação de Líder.
A SRA. SÔNIA SANTOS: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras,
Senhores e Senhoras. Disse que todos nós vivemos numa selva e em toda a selva
nós temos caçadores. Não é diferente na selva política. Nós, no Brasil, já
tivemos, numa ocasião, um “caçador” que saiu, primeiro, por todo o Alagoas,
depois, por todo o País, “caçando” marajás. Encontrou seguidores, pessoas que
viam nele uma pessoa especial que ia fazer justiça e ia atender aos anseios da
população. Hoje, nós, do Rio Grande do Sul, nos deparamos, mais uma vez, com
essa figura forte de um “caçador”. Só que desta vez um “caçador” de empresas
multinacionais e nacionais. Sim, o nosso Governador Olívio Dutra. Quando Collor
de Mello resolveu ser o “caçador de marajás” ele ganhou espaço na mídia
nacional. E o mesmo acontece com o nosso Governador: em todos os jornais do
nosso Estado, na “Folha de São Paulo”, no “Jornal do Brasil”, vários jornais de
todo o País dão espaço para a figura do Governador que “caça” as empresas que
tentam vir para o Rio Grande do Sul. Realmente, quando o hoje Governador
assumiu a Prefeitura, ele efetuou a intervenção no transporte coletivo da
capital, e o que isto custou para a população? A dívida que o Município tem com
as empresas vai para mais de duzentos milhões de reais. Hoje, o Município está
na mão das empresas. Quando o nosso Prefeito atual estava em campanha, disse
que iria fazer licitações, fazer remanejo, que iria mexer e moralizar. Mexeu,
fez licitação e moralizou onde? Tivemos, recentemente, o aumento de tarifa em
tempo recorde. Onde estão as licitações? Estamos na mão das empresas de ônibus,
porque o Município não tem como pagar esta dívida, por esta atitude que a
Justiça mostrou que foi errada. Agora, esse mesmo Senhor, o Senhor Governador
do Estado Olívio Dutra, hoje está na capa de todos os jornais e mexe com a
questão da concessão de rodovias. O que é que vai acontecer? Houve promessa
sim: “Vamos baixar os preços dos pedágios”. As pessoas acreditaram, votaram
nele e o elegeram, só que não houve acordo, está dito aqui na primeira frase:
“unilateralmente”. O Governo do Estado está rompendo, mas as concessionárias
vão entrar na Justiça. E quem é que vai pagar esta conta? Será o cidadão,
muitas vezes, aquele que não usa as estradas, que não paga pedágio, que terá
que pagar a conta, a dívida. Se for rompido o contrato com a Ford, ela vai
entrar na Justiça sim. E quem é que vai pagar a conta? São atitudes políticas
que dão espaço na mídia nacional, mas que custam ao bolso do contribuinte.
Não
podemos perder de vista as promessas de campanha, como os cem mil ranchos por
mês, leite para cem mil crianças por mês. Já cobrei desta tribuna: são três
meses passados, onde estão os trezentos mil ranchos? Onde está o leite das
trezentas mil crianças? E quem vai pagar a conta desta ação que a AGCR vai
colocar na Justiça? E a Ford, que se o contrato for rompido, também vai colocar
na Justiça. Quem paga essa conta? Somos nós todos, o povo do Rio Grande do Sul!
Nós temos que ser muito cuidadosos, muito zelosos, com esses “caçadores”, a
história prova que a atitude deles é sempre muito errada. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Hoje
está estampado, em todos os grandes jornais do Rio Grande do Sul, um ato do
Governo do Estado, da Secretaria dos Transportes, sobre a redução da tarifa em
quatorze praças de pedágio. Agora, há um detalhe, para tomar determinadas
ações, há que se ter coragem e convicção e isso foi feito. Um outro detalhe:
essa coragem, determinação e convicção foi baseada em princípios de auditorias.
Auditoria da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado. Não foi algo ilusório, foi
algo constatado, e agora esperamos que as empresas concessionárias façam a sua
defesa porque chegou o momento. Esse é o momento de elas dizerem que as obras
não foram superfaturadas, porque se criou um impasse: ou o Governo do Estado
tem razão e acredita nesses dados ou as concessionárias usufruíram
indevidamente e nós queremos saber como e por quê. Então esse é um dado
concreto! Quer dizer, houve uma redução e a redução vai perdurar por alguns
dias, porque as concessionárias vão e devem ir tomar as suas atitudes. Agora
volto a dizer: para tomar algumas decisões há que se ter coragem e
determinação, convicção, mas baseado em fatos. É isso que foi veiculado hoje,
porque o Governo do Estado, através da Secretaria dos Transportes, tendo à
testa o Deputado Federal do PSB e Presidente da Estadual do PSB, Beto
Albuquerque, manifestou-se com toda a convicção - e isso surgiu hoje, mas já
está sendo anunciado há vários dias, porque foi feito um amplo estudo
encomendado e nós, ou confiamos na Contadoria e Auditoria-Geral do Estado, que
é um órgão sério, desvinculado, ou não acreditamos em mais nada. E se não
acreditarmos, há um outro componente que nós esperamos: a Justiça. É essa
Justiça que poderá dizer com quem está a verdade. E agora sim esses fatos estão
postos para a sociedade como um todo. Sociedade esta que, por um determinado
momento, disse: “Sim, queremos que a Frente Popular governe este Estado por
quatro anos”. É em função disso que estamos aqui e, queiram ou não, pelos
próximos quatro anos, até 2002, é o governo que vai gerir todos os gaúchos.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Vereador Gilberto Batista está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, uso o
tempo de Liderança do meu partido para enfocar o assunto predominante hoje
nesta Casa, referente às denúncias de que alguns funcionários estariam
recebendo irregularmente o auxílio-creche. O PFL entende que o assunto está
sendo bem gestionado pela Mesa e que o conjunto da Mesa e todos os Vereadores
vão achar e punir os culpados, assim como vão ser desligados do assunto aqueles
que não têm culpa. O PFL acredita na competência da Mesa para levar adiante
este assunto de extrema importância para a Cidade de Porto Alegre, e que tem de
ser, como o Vereador João Dib disse, resolvido, doa a quem doer, da melhor
maneira e o mais rápido possível. Por isso, acreditamos que a Mesa levará o
caso a bom termo, na sua competência de saber gestionar sobre esse assunto de
extrema gravidade que enfrenta hoje a Casa Legislativa.
Outro
assunto que trago, Sr. Presidente, é relacionado ao bairro Sarandi. Há seis
meses, este Vereador, com muita força, veio à Tribuna e atacou o antigo Diretor
do DEP, para a solução do problema que, há tempo, era vivido por alguns
moradores do bairro Sarandi, em relação ao arroio Sarandi. Pessoas que perderam
casas, móveis e que tiveram que se mudar. Naquele momento, este Vereador fez,
energicamente, um discurso, na tribuna, de denúncia do mau atendimento que o
DEP estava dando àquela comunidade. Tivemos, naquela ocasião, uma audiência com
o ex-Diretor do DEP, Dr. Vicente. Depois disso, parte dos problemas do arroio
foram resolvidos, e este Vereador, nesta Tribuna, veio falar e agradecer pela
atitude ou a agilização que o DEP, depois da interferência deste Vereador, deu
à causa daquela comunidade.
Causa-me
espanto, agora, que o programa “Cidade Viva”, recentemente veiculado pela
televisão, fale sobre arroios e valões e apareça o arroio Sarandi como
solucionado, como um problema que nunca existiu e, por isso, venho, mais uma
vez, a esta Tribuna pedir a colaboração do Diretor do DEP, para que possa
resolver os problemas da outra metade do valão que não foram concluídos. Os
problemas de uma metade que começava na Av. Assis Brasil e ia até o Colégio
Liberato Salzano foram resolvidos, e queria agradecer pela comunidade. Agora,
vem este Vereador à tribuna, Sr. Presidente, informar ao DEP publicamente - às
pessoas que estão-nos assistindo e, principalmente, àquelas do bairro Sarandi -
como esse arroio é muito extenso e com as chuvas que ocorreram na semana
passada, que o arroio voltou a transbordar, só que atingiu casas de pessoas de
menor poder aquisitivo do que aquelas que já haviam tido o problema solucionado.
Essas pessoas estão apavoradas. Eu estou tentando manter contato para uma
audiência com o novo Diretor do DEP, que já faz algum tempo que está à frente
da Administração daquele Departamento, mas não estou obtendo sucesso.
Venho
a esta tribuna, em Comunicação de Líder fazer esta denúncia, assim como devo
fazer daqui a alguns dias voltando aqui para denunciar o descaso que o DEP está
tendo com o restante do Arroio Sarandi. Uma parte desse valão foi limpa e a
outra foi esquecida e, pelo jeito, vai continuar.
Portanto,
é um assunto importante para minha comunidade, a do Bairro Sarandi, que tem que
ser resolvido, como aconteceu da outra vez, infelizmente, com muita insistência
e radicalidade por parte da comunidade deste Vereador.
Acredito
que vamos ter que começar um processo, novamente, de solicitação, de
radicalização, para que esta dragagem possa ser efetuada para beneficiar
aquelas pessoas que são pobres, precisam das suas casas e dependem delas para
ter um teto para morar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, mais uma
vez ocupo esta tribuna para denunciar, comunicar a esta Casa que continuamos
enfrentando graves problemas na área da saúde em Porto Alegre. Um dos maiores
apanágios da chamada Administração Popular é a sua transparência, e eu gostaria
de contribuir para que essa translucidez fosse aumentada com o cumprimento da
Lei.
Pois,
Srs. Vereadores, pela centésima vez eu venho a esta tribuna para dizer que
existe uma lei - Lei nº 8689 - que, em seu art. 12, diz que, trimestralmente, é
obrigatório, é compulsório que se faça uma audiência pública tendo por local a
Câmara de Vereadores. Nessa audiência, o gestor municipal do Sistema Único de
Saúde, normalmente o secretário municipal da saúde, favorecido pelo texto da
Lei para exercer a alegada transparência, tem a obrigação de, publicamente, -
todas as pessoas que o desejarem podem comparecer à audiência - expor e
esclarecer a quem quiser, a quem questionar, todo o destino dos recursos do
Sistema Único de Saúde. Isso está escrito na Lei.
Além
do mais, dar satisfação à população do estado em que se encontra a assistência
médica, hospitalar e primária, isto está explícito, dito na Lei.
Tentei
de todas as maneiras, convidamos o Sr. Secretário que esteve, aqui, nesta Casa,
sem explicitar o que mais interessa; evidentemente, como sempre o assunto é
muito amplo e o tempo muito pequeno.
Posteriormente,
pedimos a esta Casa que autorizasse a convocação do Sr. Secretário e não foi
autorizada.
Há
mais ou menos 30 dias, num debate na televisão, encontro o Sr. Secretário,
pessoa que reputo digna, correta, de quem não se levanta nenhuma suspeita
pessoal, um profissional competente da área média, sem nenhuma outra conotação
do que a da satisfação pública e obediência ao texto da Lei, e ele tomou a
iniciativa de me dizer, textualmente: “Vereador, concordo com V. Exa., temos
que cumprir a Lei.” E ele tem conhecimento dessa Lei.
Pois,
desde então, esperei um telefonema, um comunicado, uma carta, um memorando,
dizendo que iria tomar providências para começar, através de uma audiência
pública, uma cultura, não só do cumprimento da Lei, mas que, trimestralmente, esta
Casa fosse sede de uma audiência pública para dar satisfação sobre as verbas do
SUS, o que até hoje não consegui.
Anteontem
estive na Promotoria Cível, pedindo ao Dr. Alceu Moraes, Promotor, que envie
uma carta ao Sr. Secretário, pedindo, solicitando, intimando, interpelando, de
qualquer forma jurídica que fosse, para que ele marque uma audiência pública e
venha a esta Casa fazer o que ele tem obrigação: dar satisfação, conforme o
texto da Lei, para dar vazão a esta ânsia de transparência que o PT tanto
ostenta. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, a pedido do Secretário
Municipal da Saúde, Dr. Lúcio Barcelos, que se encontra hoje em Brasília,
requeiro que, de comum acordo, se marque a audiência para fazer esse relatório
que o Ver. Cláudio Sebenelo acaba de mencionar.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO(Questão de Ordem): Sr. Presidente, em função do
Requerimento do Ver. Adeli Sell, solicito que esse pedido seja encaminhado ao
Dr. Alceu Moraes, pessoa encarregada de tomar as providências, já que, desde a
vigência da Lei, até hoje, esta Casa não teve a honra de ver cumprida a Lei.
Como a sede é nesta Casa, a deferência em relação a este Poder, a Câmara
Municipal, é fundamental. Isso já foi dito e insistido muitas vezes.
O SR.
PRESIDENTE: Vereador Cláudio Sebenelo, isso não é uma Questão de Ordem, V.
Exa. está no mérito e peço a sua colaboração.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, de qualquer forma, pela
nossa Bancada, requeiro que se defina uma data, porque o Secretário já estava
providenciando isso. Comunico, também, que haverá proposta do Secretário para
um cronograma durante todo o período de sua gestão.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
a discussão das obras da Av. Assis Brasil, que interessa a todos nós, continua
causando problemas para os comerciantes da região. Hoje li num jornal de Porto
Alegre as declarações dos comerciantes que dizem: “Os comerciantes favoráveis
às melhorias operadas pela Prefeitura reclamam da morosidade do andamento do
Projeto.” Os comerciantes favoráveis! Por que eu insisto nisso? Porque é
consensual para nós que todos os comerciantes e todos os porto-alegrenses
entendam a importância dessas obras para a Cidade, diferentemente do que diz o
Secretário Estilac Xavier, porque ele diz: “É incomum que reclamem por fazermos
obras”. Diz mais o Secretário, ele tem a audácia de dizer que os atrasos das obras,
da conclusão, se devem às profundas alterações pelas quais o Projeto passou. O
Secretário acredita que as melhorias introduzidas no local vão compensar os
comerciantes depois que as obras estiverem acabadas. Ele defende que a
interrupção da Avenida não é a única causa das dificuldades enfrentadas pelos
lojistas. Diz o Secretário Estilac Xavier: “As obras acabam, a política
econômica do Governo é permanente”. Na visão do nobre Secretário, do hábil
Secretário, do dinâmico Secretário, a política econômica que evidentemente
afeta o conjunto, afeta todas as cidades, todo os estados e o País, mas não só
as obras da Av. Assis Brasil, não só os comerciantes da Av. Assis Brasil,
diferentemente do que diz o Secretário Estilac Xavier, querendo repassar a
responsabilidade para a política econômica nacional, como se ela fosse o grande
causador das dificuldades financeiras, as quais passam os lojistas da Av. Assis
Brasil que fazem, - e já foi dito aqui por diversos Vereadores e por este
Vereador, - com que hajam demissões dos funcionários.
Ora!
Secretário, eu pergunto se as lojas estão fechando no Centro da Cidade, se as
lojas estão encerrando suas atividades no comércio da Azenha, no comércio do
Menino Deus, no comércio da Auxiliadora? Vereador Guilherme Barbosa, respeito
V. Exa. pela lucidez, estão fechando na mesma proporção que fecham em qualquer
localidade, em qualquer grande cidade do Brasil, mas não na mesma proporção que
fecha na Av. Assis Brasil. Diz aqui, e V. Exa. certamente dever ter lido a
matéria, porque é um homem atento com as coisas de Porto Alegre, onde as
pessoas relatam que tiveram que demitir funcionários; que outra teve que
penhorar uma casa que tinha na praia para poder pagar aluguel; outra loja, uma
concessionária de carros fechou a loja na Av. Assis Brasil e vai continuar
pagando aluguel durante as obras, porque só vai retornar para lá quando elas
estiverem definitivamente prontas.
Esta
Casa reuniu-se com o Sr. Prefeito uma vez, não foi possível a segunda reunião
porque houve um desentendimento na combinação das datas, mas eu pergunto a esta
Casa, o que, de fato, nós Vereadores, estamos fazendo para que a Prefeitura
retome o ritmo normal das obras? Estamos pedindo que a Prefeitura analise as
dificuldades pelas quais os comerciantes estão passando e que acelere o
cronograma físico daquela obra. Não estamos pedindo nenhuma invenção, mas que a
Prefeitura conserte o que disse o Sr. Secretário de que durante a obra o
Projeto teria sido alterado profundamente. Não temos dúvida quanto à qualidade
das obras, o que não podemos é ficar indiferentes às dificuldades que os
comerciantes estão passando e ao desemprego que está sendo gerado na Av. Assis
Brasil pela falta de atividade comercial. O Jornal Zero Hora mostra três fotos
onde se vê o comércio paralisado, o funcionário da obra sem ter a quem atender,
até carroça passando na obra, já que não há movimento; as pessoas não
conseguindo passar pelas calçadas já que, segundo o Presidente da Associação,
lá se parece com um campo de guerra tal a buraqueira que foi feita. Está
faltando sensibilidade ao Sr. Prefeito, ao Sr. Secretário para que aquelas
obras sejam intensificadas, para que não esperemos até outubro, já que
estaremos correndo o risco de termos poucas lojas ainda abertas. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esse
assunto da Avenida Assis Brasil, sem dúvida, é importante para a Cidade.
Primeiro tivemos uma reunião com o Vice-Prefeito, que estava no exercício da
nossa Prefeitura, e foram feitas várias colocações naquela ocasião. A
Prefeitura ficou de estudar. Em seguida, marcou-se uma reunião com o Sr.
Prefeito e, surpreendentemente, naquela reunião, só estava eu e o Sr. Prefeito.
Aproveitamos para atualizar as informações de parte a parte, mas ficou um certo
vácuo. O Sr. Prefeito iria comunicar às Lideranças, aos Srs. Vereadores uma
série de procedimentos para que a obra seja, como está sendo, mais rapidamente
implementada, dentro dos limites da lei, dentro dos limites da possibilidade de
acréscimos, etc. O Ver. José Valdir, há pouco, me dizia que neste dia 14 de
abril, o trânsito flui desde o triângulo da Av. Assis Brasil até o Viaduto
Obirici, direto, pela pista da Av. Assis Brasil, sem qualquer bloqueio. A
Avenida está sendo liberada paulatinamente. Não há como negar o impacto da
obra, isso nós não negamos, mas também não há como negar que uma parte dos
comerciantes que estão com problema, neste momento, é por causa da política
econômica aplicada pelo governo do partido que o Ver. Fernando Záchia defende.
Vai terminar a obra e muita loja vai fechar e continuar fechando, como já está
acontecendo, muito mais do que em outras ocasiões.
Gostaria
de levantar um assunto importante trazido pelo Ver. Lauro Hagemann. A
Assembléia Legislativa, de forma elogiosa, aprovou o Projeto do Executivo
Estadual que estrutura a Secretaria Estadual de Habitação. Vale lembrar que o
Gov. Antônio Britto fechou a COHAB e liquidou, absolutamente liquidou, a
habitação popular. E faço uma avaliação do desastrado, incompetente Governo
Antônio Britto nos quatro anos - digo isso porque um governo que, a cada ano,
amplia o déficit, vende boa parte do seu patrimônio e triplica a dívida, é
porque é um governo absolutamente incompetente. Se há um símbolo desse governo
incompetente foi a questão da habitação popular, zero, praticamente, zero de
investimentos. Não fez nada, absolutamente nada. Agora, o Governo de Olívio Dutra
estrutura a Secretaria que vai trabalhar muito nesta área. É importante dizer
também que muitas das crises criadas estão, calmamente, lentamente - como é a
nossa forma de trabalhar - sendo resolvidas. Onde está a crise da Brigada
Militar? Sumiu. Onde está a falta de vagas nas Escolas de 2º Grau? Praticamente
zerada, com muita calma. Onde está a grande crise com os COREDES? Calmamente,
sentando, conversando, está se encaminhando para um acordo. Assim que se
trabalha, sem foguetório, aplicando medidas. Já se sabe que assentaremos 800
famílias de trabalhadores rurais sem terra que ficarão na terra para produzir.
Temos um Projeto, tramitando na Assembléia Legislativa, de financiamento ao
pequeno trabalhador rural. Aos poucos, em 3 meses, com grande dificuldade, com
este Estado absolutamente desmontado, acabando com o período de 4 anos de farra
com o dinheiro público, em que muita gente fazia festa, Ver. Antônio Losada,
aos poucos, vamos implementando a política.
Surpreendemo-nos
quando vemos a Vera. Sônia Santos ficar braba, porque o Governo reduz o
pedágio. Em qualquer lugar do mundo, quando há pedágio em uma estrada, existe
uma outra opção para o cidadão que, se não quiser pagar, pode trafegar por
outra rodovia, mas aqui não acontece assim, é uma forma diferente. Os
neoliberais brasileiros que tiveram como grande símbolo aqui o ex-Governador
Antônio Britto, impõem um preço que ninguém sabe como foi calculado, obrigando
as pessoas a passar única e exclusivamente naquela rodovia, e a Vereadora que
defende as empresas, devia preocupar-se com o povo, com os caminhoneiros que
pagam uma fortuna para trafegar nessas rodovias. O Governador Jaime Lerner, que
não é do meu Partido, reduziu em 50% o valor dos pedágios, mas é unilateral,
Vereadora, não tem jeito num procedimento como esse V. Exa. pensar que deve ser
negociado, só ocorrendo no Governo do PTB que, espero, não volte novamente ao
Governo do Estado. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito que fossem
votados, antes de mais nada, os seguintes Projetos: Projeto de Resolução nº
004/99, em primeiro lugar, depois a seguinte ordem: PLL nº 001/98, PLL nº
059/98, PLL nº 111/98, PLL nº 127/98, PLL nº 144/98, PLL nº 145/98, PLL nº
162/98, PLL nº 167/98, PLL nº 170/98, Projeto de Resolução nº 003/99, Projeto
de Resolução nº 048/98, Projeto de Resolução nº 051/98, Projeto de Resolução nº
001/99 e Projeto de Resolução nº 002/99.
O SR. PRESIDENTE: Qual foi o critério que V. Exa. usou para
o Requerimento?
O SR. JOÃO DIB: São Projetos de denominação de
logradouros, Projetos simples que não devem ter discussão. Assim, aliviaríamos
a Ordem do Dia. Há concordância das Bancadas.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. João Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Mas,
antes, desejo colocar em votação um pedido de Renovação, por força Regimental,
e explico o motivo: tínhamos, por força Regimental, prioridade para os Vetos.
Por isso, de certa forma, a Ordem do Dia ficou obstruída, porque tínhamos que
terminar a votação dos Vetos. Um deles, foi pedida a Renovação de Votação.
Portanto, permanece prioritário o Veto pela regra geral. Por isso, colocaria em
votação, não o veto, hoje, mas o pedido de Renovação, se vai ser aceito ou não
por V. Exas. É o Veto Total ao PLCL nº 017/98, de autoria do Ver. Clovis
Ilgenfritz, que regulamenta o art. 233, inciso IV da Lei Orgânica do Município
de Porto Alegre. V. Exas. sabem do que se trata, porque votaram o Veto. Foi
feito um Requerimento solicitando a Renovação de Votação na Sessão seguinte ao
Veto, pelo Ver. João Carlos Nedel, em 12 de abril, apresentando a seguinte
justificativa: “Por considerarmos altamente meritória a proposição, e tendo em
vista que por apenas um voto a mesma deixou de ser ratificada, já que seriam
necessários dezessete votos para a derrubada do Veto ao Projeto, estamos
encaminhando o presente pedido de Renovação de Votação. Sala das Sessões, 12 de
abril de 1999.” Seguem-se as assinaturas que preenchem a necessidade
regimental. O processo é o de nº 3099/98 - PLCL nº 017/98. É a Renovação de
Votação de um Veto, cujo Projeto vetado é de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz,
hoje Secretário do Estado.
Em
votação o Requerimento de Renovação de Votação do PLCL nº 017/98 com Veto
Total.
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para encaminhar.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está
na Ordem do Dia um Projeto de Resolução do qual o Ver. Pedro Américo Leal foi o
relator, que pretende modificar os critérios para que haja a Renovação de
Votação de Projetos apreciados por esta Casa. A proposta que está lá colocada é
que a Renovação de Votação seja possível de acontecer, se aprovada pelo
Plenário, quando a diferença entre os votos for, no máximo, de três votos.
Porque já aconteceu, numa ocasião, de termos mais de dez votos de diferença e
um Vereador pediu Renovação de Votação. Essa proposta que está nesse Projeto de
modificação na ordem do regimento me parece muito interessante. Este é um caso,
por diferença de apenas um voto, o resultado da votação aceitou o Veto do Sr.
Prefeito. A nossa Bancada não vê, em princípio, nenhum motivo político para que
a Renovação se dê. No entanto, de uma maneira explícita de apoio a esta
proposta que está em tramitação para modificar o nosso Regimento, com uma
diferença tão pequena, Vereador João Carlos Nedel, nós votaremos a favor do
pedido de Renovação, embora mantendo toda a nossa visão sobre o assunto, sobre
o tema, sobre o mérito do Projeto, que é muito bom, mas seria um Projeto
símbolo da inorganicidade, porque propõe programa, organiza órgão e assim por
diante, quebrando a relação entre poderes, atribuição precípua do Sr. Prefeito.
O mérito, nós mantemos. E acho que essa proposta que está tramitando, que teve
o parecer favorável do Ver. Pedro Américo Leal, deveria ser aprovada por esta
Câmara, porque aí nós vamos ter um critério, que deixa de ser subjetivo,
inclusive, embora a subjetividade sempre vá aparecer nas votações, mas nós
teríamos um critério, tirando muito da subjetividade, para a Renovação de
Votação. Portanto, esta é a posição da nossa Bancada, embora não gostemos de
fazer um voto automático, ou seja, qualquer pedido de Renovação aprovamos. Não,
deve haver critério para isso. Neste caso, em razão da pequena diferença de
voto, merece a Renovação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento de Renovação de Votação do
PLCL nº 017/98 - Veto Total.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
próprio Ver. Guilherme Barbosa, Líder do Partido dos Trabalhadores, acentuou as
circunstâncias de que este Veto foi deliberado num final Sessão e obteve
dezesseis votos pelo seu não-acatamento, num total de vinte e oito presentes.
Especialmente nesta matéria eu tenho sustentado que é legítimo o direito
daqueles que se bateram ferozmente pelo não-acatamento do Veto e que por um
único voto viram frustrado o seu objetivo de ter a oportunidade, Ver. Pedro
Américo Leal, de rever essa situação. Eu sou daqueles que mais se bateram no
sentido de que esse Veto não fosse acatado, porque o Projeto do Ver. Clovis
Ilgenfritz é excelente. Vamos tentar salvá-lo, dando oportunidade para que ele
seja objeto de uma nova discussão na próxima Sessão. Após a deliberação, que
ele entre provisoriamente na Ordem do Dia e permita uma rediscussão -, não tão
profunda, como ocorreu, porque é Renovação de Votação, o que só vai permitir os
encaminhamentos - e, aí, se terá confirmada ou não a decisão. Certamente que
aqueles companheiros nossos que entenderam de dar o seu voto pela posição que
não logrou êxito, ainda que majoritária no momento - é que a exigência
regimental era de dezessete votos, e foram obtidos dezesseis votos contra doze
- de que o Veto não fosse acatado, fizeram uma tentativa legítima, tem
precedentes na Casa e até mesmo se ocorresse de nós termos a vigência de um
Regimento com as alterações que são preconizadas pelo Ver. Pedro Américo Leal,
essas estariam satisfeitas, porque bem mais do que os três votos por ele
preconizados ou bem menos do que os três votos preconizados foram a diferença
entre a perspectiva de não acolher o Veto, com a possibilidade de acolhê-lo.
Então, entendo que a Casa, sem maiores delongas, deva acolher o Requerimento do
Ver. João Carlos Nedel, bem fundamentado, e propiciar que, não mais com vinte e
oito presentes, mas queira Deus que com trinta e três, possa-se colocar diante
do assunto. Era isto, Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento de Renovação de Votação do PLCL nº
017/98 - Veto Total.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O
Requerimento do Ver. João Carlos Nedel solicita Renovação de Votação sob o
argumento de que o Projeto obteve dezesseis votos e poderia, numa nova votação,
facilmente atingir dezessete votos. O instituto de Renovação de Votação é
positivo, porque permite que qualquer matéria seja reavaliada num segundo
momento de votação, e a matéria só é reavaliada se o Requerimento for aprovado,
não é só nos casos em que a diferença é de um, dois, três votos. Se aprovássemos
a tese de que o Regimento só permite Renovação de Votação quando a diferença
for de três votos, no máximo, na votação, estaríamos diminuindo a possibilidade
de corrigir erros. Muitas vezes, por exemplo, um Projeto pode atingir vinte
sete votos contra e um voto “sim”. Esse único voto poderá possibilitar que o
Projeto retorne a Plenário e seja reavaliado, porque pode aparecer algum dado
que não foi colocado, tornando-se decisivo para a mudança dos votos dos Srs.
Vereadores. É uma situação factível, que pode vir a acontecer, é um hipótese
que poderá ocorrer. Os mais antigos Vereadores desta Casa recordar-se-ão de
votações que aqui ocorreram em que Projetos que tiveram diferenças enormes de
votação, numa Renovação de Votação, passaram. Na Renovação de Votação, o
requerente, do ponto de vista regimental, tem que dar uma justificativa. O
Regimento exige que o Requerimento de Renovação seja fundamentado. Então,
quando a diferença é de 1 ou 2 votos, o fundamento é a estreita margem de
vitória ou de derrota que ocorreu. É válido o esforço do requerente, nesse
sentido, mas me filio àqueles que não pretendem reduzir as prerrogativas dos
Vereadores no exercício da sua ação parlamentar.
Às
vezes, algumas mentes forjadas no espírito do autoritarismo da extrema direita,
ou da extrema esquerda, resolvem buscar, lá no fundo do baú, lembranças
stalinistas, lembranças franquistas, lembranças salazaristas e outras mais,
reavivando, por exemplo, idéias que hoje são sustentadas, surpreendentemente,
Ver. Pedro Américo Leal, por partidos de esquerda, como a tese da eliminação
fática dos partidos políticos como relação entre o poder e a sociedade, tese
que fez escola, Ver. Pedro Américo, nos regimes franquista e salazarista, a
relação direta do poder com o povo, ignorando a presença dos partidos políticos
como instrumento maior da realização da democracia. Eu sei que há muitos
Vereadores do PT que querem acabar com os partidos políticos. Eu já vejo que as
antenas se ascenderam. O regime de Salazar, que durou quarenta anos, e o do Sr.
Alfredo Strossner, no Paraguai, tinham relação com o povo, com as comunidades,
sobrepairando os partidos políticos, em alguns, inexistindo os partidos
políticos.
Nós
queremos, em nosso País, consolidar a estrutura dos partidos políticos.
Por
isso, Sr. Presidente, a minoria tem que ser respeitada. Quando um Projeto tem
apenas um voto contra trinta e um e era Renovação de Votação e houver, caso a
caso, um argumento plausível, nós estaremos votando pela Renovação de Votação.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento para a
Renovação de Votação do PLCL nº 17/98, de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz,
que regulamenta o art. 233 da Lei Orgânica, com Veto Total. Os Srs. Vereadores
que aprovam o Requerimento permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0391/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/99, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que concede o
título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Arthur Armando
Guarisse.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA - Art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Resolução nº
004/99. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Carlos Alberto
Garcia está com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou
procurar ser o mais sucinto possível. É um momento altamente significativo para
este Plenário em poder conceder este título honorífico a Arthur Armando
Guarisse, que é daquelas pessoas com que Porto Alegre tem muito a ver. Arthur
Armando Guarisse fez muito por esta Cidade. Hoje, não reside mais em Porto
Alegre; tem um atelier em Torres, mas tem as suas obras tramitando em todo o
território nacional, e até internacional. Na semana passada, por ocasião da
edição do Festival Internacional de Balonismo, a escultura “Dama dos Ventos”
foi entregue a todos os campeões do balonismo.
Além
desse trabalho com que ao longo dos anos esse artista plástico contribuiu para
o acervo de Porto Alegre, há um marco muito importante, e ainda hoje falávamos
com o Ver. Reginaldo Pujol, que diz respeito ao seu auxílio para a criação do
Brique da Redenção, que hoje é algo que marca muito a Cidade, sendo um ponto
turístico, um referencial de Porto Alegre. O Ver. Fernando Záchia solicitou que
nós falássemos em seu nome e em nome do seu Partido, e tenho certeza que essa é
a sintonia e o sentimento dos nove Partidos que compõem esta Casa. Por isso,
Sr. Presidente, esperamos que esse Título seja concedido pela unanimidade dos
Vereadores, porque Arthur Armando Guarisse merece. É a chance que esta Cidade
tem de resgatar e entregar ao seu irmão esse Título. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar a votação do PR nº 04/99.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, chamado
ao debate pelo autor do Projeto de Lei que fez referência à atuação de Arthur
Guarisse com relação ao nascedouro do Brique da Redenção, eu devo consignar
esse fato, pois essa idéia vitoriosa em Porto Alegre surgiu quase que em
gestação espontânea. Houve figuras múltiplas que contribuíram com ela e eu,
ainda há pouco, falava com o Ver. Isaac Ainhorn a respeito do Coronel Emílio
Nemen, que era um dos antiquários de Porto Alegre, a quem eu conhecia de outras
atividades e que, surpreendentemente, veio se somar ao Antônio Augusto
Fagundes, à jornalista Lígia Nunes, ao próprio Armando Burd, ao Valter Galvani
e nos auxiliaram fortemente com relação à montagem do Brique da Redenção, que
nasceu para ser uma feira de antigüidades, em que o Guarisse, como antiquário
que era, se somou no esforço para a sua realização.
Ver.
Carlos Alberto Garcia, eu faço esse depoimento em homenagem, inclusive a V.
Exa. Eu tenho votado, sistematicamente, com os votos e as proposições que se
destinam a conceder honrarias, muito mais voltado para a responsabilidade de
quem a concede, do que propriamente com relação à pessoa objeto da homenagem.
Como
já o fez o Ver. Fernando Záchia, eu sou solidário com V. Exa. na proposição de
transformar Arthur Armando Guarisse em Cidadão Honorário de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal o Projeto de Resolução
nº 004/99.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): (Após a chamada nominal.) APROVADO por 30 votos SIM o PR nº 04/99.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0256/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 001/98, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
denomina Rua Luiz Sibemberg um logradouro público localizado na Vila Safira.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 001/98. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1349/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 059/98, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
denomina Largo “35” CTG, “O Pioneiro” o espaço vazio compreendido pela
bifurcação da Rua Dr. Salvador França com a Av. Ipiranga, no Jardim Botânico.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Décio Schauren: pela rejeição do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 059/98. O Ver.
Décio Schauren está com a palavra para discutir.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
gostaria de pedir especial atenção do Vereador proponente, Reginaldo Pujol, e
dizer porque este Vereador fez o parecer pela Rejeição, mesmo reconhecendo como
meritória, sem dúvida, a homenagem que o Vereador tem a fazer ao “35 CTG”, “o
Pioneiro”. Na verdade, o Ver. Lauro Hagemann, que faz parte da Comissão de
Urbanização, Transporte e Habitação, pediu que este Processo baixasse em
diligência para que o Executivo informasse se aquele Largo não irá fazer parte
da III Perimetral.
A
informação que nós tivemos do Executivo é de que, de fato, aquele Largo vai
integrar o leito da III Perimetral.
Nós
fizemos um Parecer pela rejeição, mas eu pediria ao Ver. Reginaldo Pujol para
que encontrássemos uma outra forma de fazer essa homenagem ao “35 CTG”, que
acredito ser meritória. Nós poderíamos achar um outro espaço, talvez a
sugestão, hoje, fosse pedir adiamento da votação para depois de acharmos um
outro local para fazer a homenagem. Essa é a minha sugestão em relação ao
Projeto, já que há um problema técnico para o qual nós fomos alertados em
virtude do resultado da diligência solicitada pelo Ver. Lauro Hagemann, da
CUTHAB.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu gostaria que V. Exa. esclarecesse se esse espaço vai
desaparecer, com o tempo.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Segundo informação da Secretaria de Obras
do Município, que fez uma diligência nesse sentido, esse espaço vai fazer parte
do leito da III Perimetral; portanto, ele vai desaparecer. E eu não quero
desmerecer a homenagem que o Ver. Reginaldo Pujol quer fazer. Por isso propus
que nós encontrássemos uma outra solução. Poder-se-ia pedir o adiamento da
votação desse Projeto e, nesse meio tempo, o Vereador Pujol, poderia fazer a
homenagem em outro local. Nós entendemos que, como esse espaço vai fazer parte
do leito da III Perimetral, nós vamos ter uma impossibilidade técnica de uma
certa forma. De qualquer maneira, se fizermos, lá, a homenagem, daqui a algum
tempo, quando o espaço desaparecer, ela perderá o sentido. Não é um espaço
perene. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir o PLL nº 59/98.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esse
Projeto não é tão simples quanto parece ser e precisa ser entendido no
conjunto. Primeiro, a diligencia requerida, hábil e tempestivamente, para a
Secretaria de Planejamento do Município, é uma demasia, porque a nossa
Procuradoria quando analisou o Projeto fez um alertamento, propugnando pela
necessidade da efetivação de medida prevista no art. 5º da Lei Complementar
320/84, a fim de evitar uma duplicidade de denominação.
A
Casa tem entendido que os Projetos para andar, aqui, têm que ter um croqui
elaborado pela Secretaria de Planejamento Municipal. Essa exigência,
freqüentemente levantada, não tem a menor base legal para existir. A Lei 320/84
diz que: “Protocolado um Projeto de Lei que denomine uma rua, um largo, uma
rótula, qualquer logradouro público elencado na lei, a Câmara deve comunicar ao
Município para que não haja possibilidade de dupla denominação.
A
exigência do croqui é uma tradição da Casa que não tem o menor estribo legal.
Por isso o Projeto esteve parado durante tanto tempo.
A
dita informação de que o largo vai desaparecer é inferida por uma resposta
obtusa fornecida pelo Executivo Municipal que, consultado a respeito, diz: a
área em questão está projetada para fazer parte integrante do leito da Rua Dr.
Salvador França.
Onde
está escrito que vai terminar o largo? Quantos largos existem em Porto Alegre,
denominados por esta Casa, no leito de várias avenidas da Cidade? Quantos, Ver.
João Dib?
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Aquele largo é fruto de uma obra da Secretaria Municipal de Obras e
Viação ao tempo em que eu era Secretário, há vinte anos atrás, e era
provisório. Era para atender as duas pontes que estão construídas para a III
Perimetral. Concordo com V. Exa., deve sobrar área para que seja chamado de
largo.
O SR. REGINALDO PUJOL: O Ver. João Dib, com autoridade de
ex-Secretário de Obras, e ex-Prefeito diz que existem duas pontes naquele ponto
da Rua Dr. Salvador França, duas pontes que dão passagem para o outro lado do
Arroio Dilúvio. Construída a Perimetral, terá que ter um acesso para uma das
pontes e um acesso para a outra e, no meio, restará um largo. É impossível que
não reste um largo! Sr. Presidente, estou colocando tudo isso para dizer que
não vai desaparecer o largo, pode mudar a configuração que tem hoje, mas vai
continuar existindo. Por que fiz o Projeto de Lei pedindo a denominação
exatamente daquele largo? Porque me foi pedido pelo CTG 35 e, no ano passado,
quando esta Casa homenageou o CTG 35, foi reafirmado, nos discursos do Patrão
daquele Centro e no discurso de vários oradores. Esse Projeto não foi inventado
ontem, ele ingressou na Casa no dia 22 de abril de 1998 e hoje estamos no dia
14 de abril de 1999, está quase festejando um ano, e somente agora aparece esse
tipo de solicitação.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Estamos ouvindo dois oradores que são contraditórios, para que
possamos tomar uma deliberação. Isso é muito importante. V. Exa. acha que vai
sobrar um espaço grande?
O SR. REGINALDO PUJOL: Acho que vai sobrar um espaço enorme.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt se inscreve e
cede seu tempo ao Ver. Reginaldo Pujol, com a aquiescência do Ver. Cyro
Martini, que está inscrito. Vereador Reginaldo Pujol, V. Exa. dispõe de mais
cinco minutos.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador Reginaldo Pujol, que fique claro, nós estamos a favor da
homenagem, até pela importância que o CTG 35 tem. No entanto, as vias e pontes
hoje existentes não ficarão, com a construção da III Perimetral, com a mesma
largura que têm, vão ampliar. São três pistas de rolamento de cada lado, haverá
corredor de ônibus, inclusive. Claro, se o Projeto for a votação, provavelmente
nos posicionaremos pela abstenção, porque concordamos com a homenagem, mas
estamos preocupados que logo em seguida a homenagem se desfaça no ar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exa. pelo aparte e também
agradeço ao Ver. Antonio Hohlfeldt, que me permite continuar na tribuna,
cedendo-me o tempo. Qualquer que seja a solução dada para a implementação da
III Perimetral, naquele trecho da Cidade, as pistas não poderão ser
coincidentes, porque as pontes não são coincidentes, há um espaçamento de mais
de seis metros entre uma e outra. As pistas terão, forçosamente, que desembocar
na ponte porque não adianta fazer pista de rolamento desembocando no riacho,
porque ninguém pretende que os técnicos aprovem um projeto que conduza as pessoas
ao suicídio! E lembro a V. Exas. que em vários lugares na Cidade de Porto
Alegre, a divisão entre duas pistas de, no máximo, três metros, ensejou a
denominação de largo. E lembro o largo que foi denominado pelo Ver. Jocelin
Azambuja, em homenagem ao Restaurante Copacabana, largo que não tem mais que
três metros de largura. O conceito de largo é tão amplo que não é necessário
que se estabeleçam dimensões gigantescas, porque senão deixaria de ser largo
para ser uma esplanada. Largo é um espaço como, por exemplo, o que há na frente
do Conselho Regional de Medicina, em que num canteiro de mais ou menos três ou
quatro metros de largura, se colocou o nome de um ilustre médico, e o local é
cuidado. E neste caso, é o lugar mais próximo do CTG 35, foi escolhido pelo seu
Patrão, e pode até não ser a melhor homenagem, mas é a que foi desejada pela
Direção, pelos Capatazes, pelos associados e fundadores do CTG 35 que querem,
exatamente naquele lugar, ver tributada essa homenagem. Por isso, esse Projeto
tem tudo para merecer a aprovação ou a rejeição da Casa. Não se diga que ele
vai, eventualmente, deixar de ser aprovado sob o pretexto de que nós estejamos
querendo colocar a homenagem num lugar que vai desaparecer. Não há
possibilidade física de desaparecer, não há como isso ocorrer, o resto são
discussões de teimosia da Secretaria de Planejamento do Município que quer
manter esta Câmara subjugada a uma orientação que não tem base e lugar, segundo
a qual nós só podemos fazer a denominação quando tivermos um bendito croqui,
que desde o momento em que saiu aquele funcionário antigo, lá da Prefeitura, o
Sr. Edmundo - parece ser esse o seu nome - passou a ser uma missa conseguir
esse croqui. Criam toda a forma de obstáculos, eu tenho cinco ou seis Projetos
parados na Casa porque o croqui não foi fornecido. Não há fundamento legal para
sua exigência, não existe nenhuma lei que impeça ou que determine isso, e muito
menos que justifique essa exigência.
O Sr. João Dib: V. Exa. me permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vou admitir que o largo praticamente desapareça mas
há de sobrar um lugar para colocar um obelisco com a Bandeira do Rio Grande.
O SR. REGINALDO PUJOL: Isso mesmo, o referido espaço, diz a
informação aqui, fará parte do leito da Rua Dr. Salvador França. Então, fiquem
todos sabendo que ali, entre as duas pontes da Av. Ipiranga, no leito da Rua
Salvador França, um pedacinho que for, haverá de existir o largo CTG 35, O
Pioneiro, porque eu tenho a certeza de que a Casa não deixará de homenagear uma
das entidades mais tradicionais deste Estado. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra
para discutir o PLL nº 059/98.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho a
esta tribuna face à relevância, à significação desse Projeto proposto pelo Ver.
Reginaldo Pujol, com relação ao CTG 35 e a denominação de um logradouro
relativamente a esse Centro de Tradições.
Vou
fazer uma ressalva, porque acredito que o Ver. Reginaldo Pujol não percebeu,
quando empregou uma expressão que para nós católicos é uma denominação sagrada,
de extrema significação, que é a missa. A missa não é algo enfadonho ou que
desperte qualquer sentimento de tédio ou de cansaço em nós, é algo de extrema
importância, principalmente a liturgia católica, é algo de muita significação,
merecendo o nosso respeito, assim como as liturgias e os ritos das outras
religiões.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Agradeço por V. Exa. permitir que eu corrija o sentido da expressão
por mim utilizada no calor do debate, porque nós sabemos, até mesmo alguns
católicos como eu que não são tão abeberados da liturgia, como acontece com V.
Exa., que a Igreja se renovou no tempo, até mesmo para diminuir aquelas cerimônias
religiosas, aquelas missas muito longas e que durante muito tempo dificultavam
a presença dos fiéis na Igreja, inclusive hoje nós temos até as chamadas missas
compactas realizadas com a finalidade de abreviar essa cerimônia. Quando usei a
expressão: “É uma verdadeira missa”, usei a expressão que o vulgo utiliza, no
sentido de ser daquelas coisas muito complicadas, feitas em latim, como ocorria
antigamente, com o padre de costas para o público que acabava não entendendo o
que estava acontecendo.
O SR. CYRO MARTINI: Eu tinha plena certeza de que se eu desse
essa oportunidade, o Ver. Reginaldo Pujol corrigiria, integralmente, a sua
forma um tanto quanto desqualificada com relação à liturgia católica,
relativamente à missa.
Sobre
o Projeto, em primeiro lugar, o valor do CTG 35 Paixão Cortes, Glauco Saraiva e
outros nomes que lá, em uma outra escola de extrema importância para todos nós,
o Col. Estadual Júlio de Castilhos, organizaram esse Centro de Tradições, aqui,
qualificado de “O Pioneiro”, o primeiro que se organizou nesse sentido. Isso é
importante e, só por esse fato, já merece a homenagem, já merece essa forma de
consideração. Mas há um outro dado que merece a nossa atenção, que é o valor da
prática do tradicionalismo com relação à formação dos nossos jovens. Esse
ângulo pedagógico, esse ângulo educativo, parece-me também de extrema
importância quando se trata do tradicionalismo. Gostaria de levantar, aqui, um
problema que diz respeito à condição pioneira do CTG 35. Por razões de ordem
histórica, temos que trazer à discussão, o pioneirismo do CTG 35, nos termos
propostos de galpão e dentro dessa seqüência, podemos aceitar. Entretanto,
enquanto movimento cultuador da tradição gaúcha, o pioneirismo está naquela
casa velha, lá em cima, que é o gaúcho. Lá, depois do campo do Grêmio, na
Carlos Barbosa. Aquele lá, em termos de culto à tradição gaúcha, é que é o
pioneiro, não nos moldes do “35”, mas, de qualquer sorte, pioneiro. O
pioneirismo no culto à tradição ainda vai, talvez, um pouco mais longe, lá no
Partenon Literário, quando Apolinário Porto Alegre, Múcio Teixeira e tantos
outros se dedicaram e se empenharam em organizar, trazer e valorizar,
sobremodo, a tradição gaúcha. Penso que esse tema deve ser discutido mas
adiante com toda atenção, para que se traduza, para que se aprenda com mais
clareza a respeito da verdade histórica em torno do movimento tradicionalista
dentro do Rio Grande do Sul. Não há dúvida quanto ao valor do CTG 35, da
iniciativa do Paixão Cortes, do Glauco Saraiva e outros que com eles
acompanhavam lá no antigo Colégio Júlio de Castilhos. Não ha dúvida nenhuma, o
valor tanto social, como pedagógico do tradicionalismo gaúcho, é
inquestionável. Existe apenas essa restrição que me parece que é um equívoco à
condição “pioneiro” do CTG 35, é que nós talvez tenhamos que ver com mais
atenção isso, para não ferir a verdade histórica e não sermos injustos com
aqueles que no final do século passado organizaram, fundaram o gaúcho, centro
de tradições, ou mais exatamente, destinado a movimentar o culto à tradição
gaúcha. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para discutir o PLL nº 59/98.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho
certeza que a objeção colocada foi produto da informação que o Ver. Décio
Schauren recebeu. A primeira coisa que fazemos é não pôr em dúvida a palavra do
Ver. Décio Schauren, nós só colocamos em dúvida a informação. Porque seria
extremamente improvável, sob qualquer ponto de vista que aquele Largo fosse
extinto. Segundo, ele pode aumentar ou diminuir, se a Perimetral tiver
necessidade de espaço, vai ser para os lados, não no meio. Se deixar aquele
espaço como pista de rolamento, certamente os automóveis vão cair dentro do
Arroio Dilúvio, o que seria de extremo mau gosto, até porque o Arroio Dilúvio
merece tanta consideração dessa Administração, e é tão despoluído, e é tão
lindo, não é? Temos crianças tomando banho lá, e, depois, com muita felicidade,
eles têm leptospirose, e vão para o hospital. Isso é uma coisa muito boa,
ficamos muito encantados. Seria de extremo mau gosto que alguém caísse dentro
do Arroio Dilúvio. Mais do que isso, se houver a eventualidade de, daqui a dez
anos, ficar pronta a Perimetral e for extinto esse espaço, durante esses anos,
indiscutivelmente, terá sido homenageado o nosso maravilhoso “35 - Centro de
Tradições”. Então, daqui a dez anos, providenciaremos outro espaço. Mas agora o
espaço existe, é um desejo da comunidade do “35”, glória da nossa tradição e, principalmente,
é fundamental que esse Plenário aprove porque, além de ultrapassar esse óbice
que, certamente, a nossa Secretaria de Planejamento está prenhe de casos em que
os óbices são muito mais burocráticos do que geográficos, mais administrativos
do que na prática, esse Projeto deve ser aprovado por um só motivo, se é para
demolir, por que faz? Por que não fazê-lo agora? Porque, se daqui a dez anos,
for extinto o espaço, providencia-se outro a partir daquela data. Não agora,
que esse espaço pode ser aprovado por unanimidade. A alegação de que um espaço
vai desaparecer, nesta Cidade de Porto Alegre, é tão vaga e difícil, e pela
imensa falta de previsão, de orientação, vemos que só há um caminho para este
Plenário, ou seja, votar a favor de um Projeto que, acima de tudo, homenageia
uma das coisas mais sagradas da nossa Cidade, o “35 - Centro de Tradições
Gaúchas”, tão histórico, tão próximo ao local e tão adequado à homenagem,
porque o local pode ser pequeno, mas a homenagem é maiúscula. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir o PLL nº 59/98.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando
o Ver. Décio Schauren se dirigiu à tribuna e estabeleceu o debate, eu fiquei
contrafeito com o Vereador. Mas, depois, S. Exa. apresentou um dado
extremamente importante, mas que objeção teria a se fazer ao CTG 35, a sua
história, ao que ele representa e ao que representará para o futuro da cultura?
Talvez uma das mais belas culturas do mundo, que são os nossos costumes, a
nossa história, as nossas tradições. V. Exa. traz um dado importante e foi
diligente neste sentido. Foi extremamente diligente. E, aqui, há um Ofício do
Sr. Prefeito Municipal: “Informo que a área, em questão, está projetada para
fazer parte integrante do leito da Rua Dr. Salvador França.” E eu quero, aqui,
reafirmar a minha participação no movimento tradicionalista gaúcho pela sua
importância e a minha admiração pelo CTG 35. Mas eu fico com tremendas
dificuldades, porque nós vamos votar o Largo e os espaços, Ver. Pedro Américo
Leal, passam a se tornar espaços até sagrados pela comunidade. Aqueles locais,
onde se fazem as homenagens, passam a se integrar na história da Cidade, na
geografia da Cidade como espaços ad
aeternum.
O Sr. Décio Schauren: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Elói Guimarães, agradeço o aparte. Nós tanto prezamos a
história do CTG 35 que ficamos preocupados, a partir dessa informação do
Executivo de que aquele largo passaria a fazer parte do leito da Av. Salvador
França, que nós, apesar de termos feito um parecer pela rejeição, hoje
propusemos ao Ver. Reginaldo Pujol que adiasse para que encontrássemos uma
solução. Nós entendemos que o CTG 35 merece e deve ser homenageado, mas também
entendemos que a homenagem ao CTG 35 - que é tão grande - não deve ficar
restrita a apenas um canteiro, que poderá sobrar entre as duas mãos da avenida.
Essa é a nossa preocupação. Não dissemos que íamos rejeitar. Nós propusemos que
se adiasse e encontrássemos uma solução para uma homenagem do tamanho que o CTG
35 merece.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou grato a V. Exa. Mas eu creio que
está bem posta a questão, porque quando se presta uma homenagem a uma rua, um
largo, um espaço, esse passa a ter aquilo que afirmei antes, começa a ser algo
como um espaço até sagrado, algo que a população incorpora ao longo dos anos,
do tempo e da história, e torna aquilo intocável. Vejam o sentido da
intocabilidade! A vontade da sociedade, e nós representamos a população, somos
a voz da Cidade, o povo - que não pode estar todo dentro deste Plenário -
entregou a nós a vontade da Cidade para que regremos as suas homenagens.
Então,
como ficaria, Sr. Presidente e Srs. Vereadores? Nós fazermos essa justa
homenagem ao CTG 35 e amanhã ou depois, daqui a dez, quinze anos, não importa,
dizer que ali onde estabelecemos a bifurcação já não é mais, uma obra viária
absorveu aquele espaço? Faço um apelo ao combativo Ver. Reginaldo Pujol, para
que cedêssemos, vejam bem o termo que estou usando, que cedêssemos às razões
bastante ponderáveis trazidas aqui. E vamos encontrar outro local para prestar
essa justa homenagem ao CTG 35. Ficam aqui todas as dificuldades que nos
colocam nesta hora para decidir, porque queremos decidir de forma que a
homenagem seja para todo o sempre e não fique sujeita a uma alteração viária.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, por
cinco minutos, para discutir o PLL nº 59/98
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que
me aborrece, em primeiro lugar, é que eu não posso reclamar contra quem propôs
a alteração dos Projetos na Ordem do Dia, porque eu pretendia que se limpasse a
Ordem do Dia, que está acumulada há muito tempo, sem grandes discussões.
O
que me aborrece, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é a demonstração de erudição
de alguns Vereadores que querem impressionar com os seus conhecimentos, que são
profundos, é claro. Mas eu sou um homem simples. Quando assumi a Secretaria
Municipal de Obras e Viação eu vi, preocupado, que uma ponte sobre o arroio
Dilúvio estava sem ter utilização, eventualmente, alguém poderia ser
prejudicado no seu estado físico por tomar uma ponte que não tinha saída; de
repente, entraria na contramão. Então, eu fiz um desvio provisório. E tem lá
mais de trinta metros de largura o largo que o Ver. Reginaldo Pujol pretende
denominar. Fiz um desvio provisório há vinte anos, está lá o desvio provisório,
mas está saindo, na ponte.
Bem,
vou admitir que a III Perimetral, que não tem o projeto definido integralmente
até agora, vai ocupar a Av. Salvador França, por mais aqueles trinta metros. Eu
vou admitir, mas aí é que acho que a homenagem se torna importante, porque a
história de uma cidade se faz com os fatos que ocorreram na cidade. Então, um
dia a Câmara Municipal de Porto Alegre, numa Sessão singela, simples, resolveu
homenagear o CTG 35 que é, sem dúvida nenhuma, “O Pioneiro”.
Eu
estava lá no CTG 35 com o Paixão Cortes, quando ele se criou, no Colégio Júlio
de Castilhos.
Então,
a história da Cidade vai contar que lá um dia foi o Largo CTG 35, “O Pioneiro”.
E a engenharia porto-alegrense vai fazer uma preciosa homenagem, vamos colocar
um monumento singelo, um bloco de concreto bem-feito, ou um obelisco, uma placa
bonita que vai marcar na história da Cidade, o que antes tinha um desvio feito
pela Secretaria Municipal de Obras e Viação. Existiam duas fontes. Nós vamos
contar a história.
Depois,
fizeram um projeto da III Perimetral, que a Prefeitura há muitos anos não fez
nada, absolutamente nada, mas agora vai fazer com os recursos que nós aprovamos
aqui. Se alterou o traçado, se fizeram mais pontes, se fez elevada, mas lá, foi
feita a homenagem ao CTG-35, “O Pioneiro”. E lá a engenharia e a arquitetura
porto-alegrense vai fazer um marco que vai dignificar o “35” que está ali
perto, o galpão do “35”. Não precisamos mais fazer desfile de erudição, de
conhecimento, votamos, aprovamos e deixamos o tempo correr e a engenharia
resolver. A engenharia e arquitetura porto-alegrense, Ver. Reginaldo Pujol,
está absolutamente certa, porque terá uma solução que dignificará a história da
Cidade e dignificará a história do “35 CTG”, “O Pioneiro”. Saúde e paz. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn para
discutir o PLL nº 59/98.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver.
João Dib colocou bem a questão. Homem conhecedor da Cidade, autor de diversas
soluções efetivamente encontrou uma solução porque em algum lugar próximo ao
local onde se encontra a sede do CTG 35, deverá constar a designação do Largo,
e ali todo mundo sabe, passará a III Perimetral, uma Avenida com duas grandes
vias, e haverá ali pelo próprio traçado, pelo desenho daquela confluência da
Ipiranga com a Salvador França, necessariamente, Ver. Lauro Hagemann, pelo
exame do croqui, pelo exame do mapa aerofotogamétrico que corresponde aquela
área, se observa facilmente, Ver. Décio Schauren, que a solução por ocasião da
construção daquelas vias será facilmente resolvida. Não precisará nenhum grande
gênio de Engenharia, para equacionar a questão. Mas um pouco de boa vontade
Ver. Adeli Sell, resolverá o problema e atenderá um pedido deste que foi o
pioneiro dos CTGs do Rio Grande do Sul. E é verdade. Eu não estive na Fundação
do CTG, eu fui do Júlio de Castilhos numa época bem posterior. Aliás em matéria
de estar nos lugares, Ver. Elói Guimarães, ninguém mais do que o Ver. João Dib,
ele é um ser unipresente na Cidade de Porto Alegre. Ele esteve na Fundação CTG
35, e percorreu, o Ver. Cyro Martini não está aqui, todo um caminho até
chegarmos a essa discussão. E às vezes alguns Projetos de designação de nomes
de ruas que aparentemente, Ver. Reginaldo Pujol, são simples, tanto é que o
Ver. João Dib em contato com a Liderança do PT estabeleceu um roteiro de
Projetos que facilmente passariam para que vencêssemos uma série de Projetos da
Ordem do Dia. No entanto, este Projeto da designação da rua do CTG 35 encontrou
um obstáculo que o debate está resolvendo uma verdadeira via crucis, Ver.
Reginaldo Pujol, uma verdadeira via crucis percorremos, Ver. Elói Guimarães,
até chegarmos aqui. Eu não diria uma via dolorosa, mas uma via crucis.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu acompanho o raciocínio de V. Exa. O ponto há de ser fixo. Nós
não podemos legislar, numa matéria dessa natureza, estabelecendo uma
mobilidade, porque ali se agregarão valores ao longo do tempo, inclusive
poder-se-ão colocar estátuas e, de repente, vem uma alteração viária e leva
tudo embora, acho isso difícil.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu acredito que a intenção da homenagem
é tão forte e representativa que facilmente vai-se encontrar uma solução. Nós
já fizemos designações de nomes de ruas e prestamos homenagens. Há pouco, eu li
o Projeto do Ver. Glênio Peres que designava uma rua, que era projetada naquele
momento, de Érico Veríssimo, ele não tinha croqui, mas por ali passaria a via,
é a Av. Érico Veríssimo. O mesmo no traçado da Rua Neuza Goulart Brizola, não
existia a rua, que eram simples campos, mas nós sabíamos que ela iria se
encontrar lá adiante com a Av. Lucas de Oliveira. Numa via mais tranqüila até,
sem adentrarmos numa situação de verdadeira via crucis, nós
conseguiríamos resolver este Projeto e, como disse com boa autoridade o Ver.
João Dib, nós aprovaremos a lei e a Engenharia encontrará uma designação no
local, onde, no aerofotogramétrico, está indicado e, com certeza, ali poderá
ser um ponto de referência para estátuas, homenagens e próximo da sede do CTG
35. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. José Valdir está com a palavra
para discutir o PLL nº 59/98.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero
confessar que não tirei fotografia no surgimento do 35 CTG, porque nem tinha
nascido, mas quero discordar desse argumento, do critério de se tomar a idade
como argumento. Se fosse valer o critério de idade, nós tínhamos que dissolver
a Câmara e transformá-la num conselho de anciões.
Eu
quero divergir disso, porque vêm Vereadores aqui e apresentam um argumento,
como se isso estabelecesse algum critério de validade em relação ao mérito do
que está sendo discutido.
Quero
dizer que também não sou um homem simples e, às vezes, a preocupação de ser
muito simples faz raciocínios simplistas, pois dizer que vai se fazer um largo
em homenagem ao 35 CTG, que está fadado a desaparecer, e, depois, podemos
transformar e dizer: “aqui jaz o Largo 35 CTG, agora transformado num
obelisco!” Então, temos que fazer um projeto dizendo “Largo 35 CTG, futuro
Obelisco do 35 CTG”. Essa é uma forma. É por isso que muitas vezes a população
de Porto Alegre não entende esta Casa. Essa forma de legislar é uma maneira de
nos diminuir. Onde está a sensatez? Uma vez que todos nós concordamos com o
mérito, temos que homenagear o 35 CTG. Precisa ser uma grande homenagem pelo
que ele representa para a Cidade. Onde está a sensatez e a coerência de
fazermos uma homenagem que está fadada a desaparecer ou que está fadada, num
futuro bem próximo, a ser transformada numa homenagem bem menor, em um largo,
como quer transformar o Ver. João Dib, quando vem a esta tribuna. Não. Podemos,
depois, quando passar a Perimetral, a engenharia pode facilmente transformar o
largo num obelisco. Mas como é que a população de Porto Alegre pode entender
que esta Casa vote Projeto dessa forma, dispute Projeto desta forma!
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. José Valdir, V. Exa. sabe o respeito que tenho por V.
Exa., mas quero dizer que o que afirmei é que não existe Projeto definitivo e
que se viesse a ocorrer o desaparecimento de toda aquela área, de mais de
trinta metros de largura, ainda assim a engenharia e arquitetura
porto-alegrense teriam uma solução. A história de uma Cidade fica muito bem
contada nesses monumentos. É uma solução, se o Projeto retirar todo aqueles
mais de trinta metros de largura.
O SR. JOSÉ VALDIR: Nós já sabemos, tem parecer que diz que
isso é provável que vá acontecer. Há uma probabilidade de noventa por um. Isso
é a primeira questão, a segunda, se acontecer, eu aceito, mas por que nós vamos
legislar dessa forma? Pois já estamos querendo reverenciar a memória e daqui há
pouco vamos querer reverenciar a memória da memória! Vamos ter que fazer uma
outra referência ao largo que pretendeu ser a memória do 35 CTG, criando uma
outra memória! Isso é uma insensatez, nós aprovarmos um Projeto dessa forma,
quando nós podemos adiar e encontrar uma solução à altura que o 35 CTG requer.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 59/98.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Adeli Sell, na Presidência dos
Trabalhos, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, nós estamos discutindo, aqui,
Ver. João Dib, algo muito mais importante do que a própria proposição do Ver.
Reginaldo Pujol, porque essa proposição do Ver. Reginaldo Pujol está no trajeto
da Perimetral que há muito tempo deveria ter saído, que tem um traçado
estabelecido há alguns anos, que tem recursos aprovados por este Plenário, que
vêm de empréstimos dos bancos internacionais; mas, infelizmente, Ver. Pedro
Américo Leal, até o presente instante não saiu do papel. O que existe até agora
de Perimetral é apenas um escritório estabelecido para se fazer algumas
negociações para desapropriações, mas nada que pudesse dar para nós a certeza
de que aquela importante via irá sofrer a duplicação e se transformar na III
Perimetral, numa ligação Norte/Sul, em nossa Cidade. Infelizmente o que estamos
assistindo neste debate, quando vejo alguns Vereadores virem aqui e negar a
proposição do Ver. Reginaldo Pujol, é a certeza que estes Vereadores têm de que
esta tentativa que fizemos aqui, de propiciar à administração petista a
construção da III Perimetral, naufragou. Se depender da construção da III
Perimetral, o 35 CTG ainda vai ter alguns anos naquele local. Se depender da
construção da III Perimetral, ainda vamos ter que assistir, durante algum
tempo, os congestionamentos naquela via, que faz a ligação Norte/Sul na nossa
Cidade.
O
pedido que se faz, através deste Projeto, para que se denomine “Largo 35-CTG, o
Pioneiro”, o espaço vazio compreendido na bifurcação da Dr. Salvador França com
a Av. Ipiranga, no bairro Jardim Botânico, deve ser aprovado, não há razão para
negarmos, ainda mais com a argumentação da construção da Perimetral. A
Perimetral, até pelo descaso da atual Administração com esta obra, não deve, de
forma nenhuma, nos preocupar, quando estamos votando este Projeto do Vereador
Reginaldo Pujol. Nenhum de nós deve ter essa preocupação. Aliás, a preocupação
que temos de ter e que se aviva na votação desse Projeto, é a preocupação com a
Administração Popular, que teve recursos aprovados por esta Casa para iniciar
uma obra extremamente importante para nossa Cidade, e que parece que esqueceu
dos seus compromissos, esqueceu do Projeto aprovado nesta Casa e dos recursos
que esta Casa colocou à sua disposição. Esta é a preocupação maior, que todos
nós, Vereadores, devemos ter.
Acho
que votar esse Projeto de Lei é algo extremamente simples; devemos votar pelo
sim, aprovando esse Projeto, mas ao mesmo tempo deixando viva essa preocupação
com a construção da III Perimetral. Esta Casa aprovou recursos, aprovou
empréstimos, aprovou a III Perimetral. Só que até agora o que nós temos são
apenas riscos no papel e um traçado que já foi estabelecido em administrações
anteriores, quando outros partidos estavam dirigindo esta Cidade. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Vereador Guilherme Barbosa está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 59/98.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
reafirmamos o nosso apoio à homenagem ao 35 CTG. Queremos votar sim ao Projeto,
mas queremos ter a certeza de que a homenagem que esta Casa fará ao Centro de
Tradições Gaúchas 35 é uma homenagem à sua altura.
A
resposta à diligência que o Sr. Prefeito Municipal, através de informação da
Secretaria do Planejamento, encaminhou à Casa, é que esse local, que hoje tem
30 metros de largura, segundo o Ver. João Dib, será ocupado pelas pistas de
rolamento, ou seja, pelas avenidas, que serão largas, que terão corredor de
ônibus; as pontes serão alargadas. Então, para tirar essa dúvida, é que o
Vereador Décio Schauren, em nosso nome, solicitou ao Ver. Reginaldo Pujol o
adiamento por uma ou duas Sessões, para que conhecêssemos o projeto daquela
área. Pediríamos, então, à Secretaria de Planejamento cópia do Projeto, para
que conhecêssemos, no detalhe, como vai ficar aquela área, a partir da
construção da III Perimetral.
O
Projeto já existe e não foi feito em outras administrações. O que havia nas
outras administrações era, apenas, a largura da via, o seu traçado básico, mas,
a partir dai, tem o desenho das pistas, do corredor de ônibus e de suas
estações. Não havia projeto do Executivo como foi executado agora.
Esse
é o pedido ao autor do Projeto, para que façamos ao 35 CTG uma homenagem a sua
altura. Porque as obras, - lamento a incrível desinformação do Ver. Luiz Braz
ao que parece nem jornal ele está lendo ultimamente -, no segundo semestre,
irão iniciar e a SMOV já está escolhendo as empresas, todo o processo de
desapropriação já está praticamente resolvido, calma e tranqüilamente. Logo a
seguir, a III Perimetral estará sendo construída. Esse é o pedido: nós queremos
homenagear o 35 CTG à altura.
Portanto,
é um pedido que nós renovamos ao Ver. Reginaldo Pujol: o adiamento por uma ou
duas Sessões, para que isso esteja esclarecido. Todo o largo será atingido? Ou
não? Se não será, qual a largura? É isso. Nós queremos votar “sim”, para que o
35 CTG seja homenageado de acordo com a amplitude e grandeza de sua tradição.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 59/98.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Sr. Vereadores, enquanto
eu me dirigia para cá, me foi dada uma boa sugestão. Se a Prefeitura usasse o
IPVA que arrecada, talvez a III Perimetral estivesse concluída sem maiores
problemas.
É
muito dinheiro, cada veículo que paga o seu IPVA, 50%, Ver. Adeli Sell, entra
imediatamente na Prefeitura e Porto Alegre, segundo diz o Secretário, tem 622
mil veículos. Mas não é esse o problema do IPVA, é que a Prefeitura, realmente,
demonstrou desinteresse, não só incompetência, na III Perimetral.
Nobre
Ver. Juarez Pinheiro, eu estou falando da III Perimetral, que não foi executada
pela Administração Prefeitoral e que deveria ter sido, pois estava aberta em
toda a sua extensão. Agora estão dizendo que vão fazer da forma que determinou
o Orçamento Participativo.
Mas
a III Perimetral me interessa, neste momento, sobre o arroio Dilúvio, na Av.
Ipiranga.
Nós
temos o Arroio Dilúvio com uma largura de cerca de 32 metros. O espaço que o Ver.
Reginaldo Pujol deseja chamar “Largo CTG 35”, tem mais do que os 32 metros de
largura do arroio Dilúvio.
Eu
não tinha escala, mas eu tenho olhos, com os quais, pude medir.
Dá
para medir com os olhos sim, o Ver. José Valdir fica espantado. Eu sou Engenheiro,
sei olhar uma planta. O Ver. Guilherme Barbosa, sim, aí me espanta que ele
tenha se preocupado com a leitura ótica. Mas o Ver. José Valdir é o meu mestre
em poesia, eu gosto muito.
Mas
tenho, tranqüilamente, 60 metros de largura na Salvador França. Como é que eu
vou passar esses 60 metros para o outro lado, se lá está o quartel? Quem sabe,
no Dia do Exército, que é no dia 19, esse se comova e dê parte das suas
propriedades para que aquele outro trecho da Salvador França também seja
alargado nos 60 metros que a Prefeitura pretende fazer.
Mas
ela não vai fazer a Perimetral com 60 metros, então, vai sobrar.
Volto
a dizer, Ver. José Valdir, se não sobrar, a história da Cidade um dia será
contada: aqui era o “Largo CTG 35, O Pioneiro”. Hoje, este monumento que aqui
está, que a engenharia, a arquitetura da Prefeitura da Administração
Prefeitoral, que não fez nada na III Perimetral, agora quer que ela tenha
sessenta metros de largura.
Por
isso eu disse que ficava preocupado com o desfile de erudição aqui desta
tribuna, o desfile de conhecimentos, e de desconhecimentos também. Porque a
idéia do Ver. Reginaldo Pujol eu considero muito boa. Creio que a minha Bancada
votará integralmente a favor do Projeto do Ver. Reginaldo Pujol, integralmente
para homenagear o CTG 35, O Pioneiro. E a solução é correta. Pode ser que, um
dia, a III Perimetral desminta este Vereador, e não sobrem alguns metros no
largo, mas, mesmo que sobre alguns centímetros no largo, e não é o caso,
sessenta metros; tem mais de sessenta metros. É bom lembrar que, além do largo
pretendido, há as duas mãos que são da largura das pontes: uma, do desvio, que
foi provisório, e a outra, que é a própria Salvador França. Saúde e paz. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Em votação nominal solicitada pelo Ver.
Isaac Ainhorn o PLL nº 059/98. (Após chamada nominal.) APROVADO por 14 votos SIM;
2 votos NÃO; 10 ABSTENÇÕES.
Sobre
a Mesa, Declaração de Voto, firmada pelo Ver. José Valdir, à qual passamos a
ler na íntegra:
“Declaração
de Voto
Abstenho-me
de votar porque considero que uma instituição da grandeza do CTG 35 merece uma
homenagem significativa do que um Largo que, possivelmente, desaparecerá em
futuro breve com a construção da III Perimetral. Não quero a homenagem reduzida
a um obelisco, assinalando o local onde um dia foi o Largo 35.
(a)
Ver. José Valdir.”
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2305/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 111/98, de autoria do Ver. Renato Guimarães, que
denomina Rua Cais do Porto um logradouro irregular localizado no Bairro Mário
Quintana.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 111/98. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação o PLL 111/98. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2555/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 127/98, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Praça Pasqual Bavaresco um logradouro público localizado no Bairro
Teresópolis.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 127/98. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação o PLL 127/98. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2826/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 144/98, de autoria do Ver. Regilnaldo Pujol, que
denomina Rua Dreifus José Bernardes um logradouro irregular localizado no
Bairro Hípica.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 144/98. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2827/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 145/98, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
denomina Rua Pedro Aniceto de Souza um logradouro irregular localizado no
Bairro Hípica.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relatora Verª Anamaria Gularte: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 145/98. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3170/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 162/98, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que
denomina Rua Roberto Felix Bertoi um logradouro irregular localizado no Bairro
Camaquã.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Cláudio Sebenelo: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Verª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 162/98. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3243/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 167/98, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que
denomina Praça Milton Carlos Baggio um logradouro público localizado no Bairro
Rubem Berta.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Gilberto Batista: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 167/98. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3352/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/98, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que
denomina Alameda Padre José Miguel o logradouro irregular, transversal à Rua
Ramis Galvão, no Bairro Passo da Areia.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Gilberto Batista: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 170/98. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
São
18 horas. Em votação prorrogação da Sessão por duas horas. (Pausa.) Os
Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0285/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/99, de autoria da Mesa Diretora, que inclui a classe de
Auxiliar de Serviços Médicos nas disposições do art. 47 da Lei nº 5811, de 08
de dezembro de 1986, e alterações posteriores.
Observações:
- para aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, III, da LOM;
- dispensado de Parecer
nos termos do art. 102, § 4º do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Resolução nº
003/99. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a
chamada.) APROVADO por 23 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3116/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 048/98, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede o Prêmio
de Artes Plásticas Iberê Camargo a Miguel Pinheiro.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Verª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Resolução nº
048/98. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3326/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/98, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede ao
Monsenhor Severino Antônio Cesca Brum o título honorífico de Líder Comunitário.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Resolução nº
051/98. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05 minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0003/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 001/99, de autoria do Ver. João Dib, que concede o Troféu Destaque
Mário Quintana ao Médico e Escritor Moacyr Scliar.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Resolução nº
001/99. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
0043/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/99, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que concede o prêmio
artístico Lupicínio Rodrigues ao grupo musical Família Lima.
Pareceres:
- da CCJ.
Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Resolução nº
002/99. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h10min.)
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